Capitão Hunter: o que dizem as denúncias que levaram à prisão do influenciador
O influenciador digital João Paulo Manoel, de 45 anos, conhecido nas redes sociais como Capitão Hunter, foi preso na manhã desta quarta-feira (22) em Santo André (SP), acusado de estupro de vulnerável e produção de conteúdo pornográfico infantil.
A ação foi conduzida pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), do Rio de Janeiro, que classificou o influenciador como um suspeito com “alto grau de periculosidade”.
Com cerca de 1 milhão de seguidores, Capitão Hunter produzia conteúdo voltado ao público infantil e juvenil, especialmente sobre cartas e jogos Pokémon, e era presença frequente em eventos de colecionadores.
Mandados e prisão
A Polícia Civil cumpriu mandados de prisão preventiva e busca e apreensão por crimes relacionados à exploração sexual infantil.
O influenciador foi detido em casa e levado à delegacia, onde prestou depoimento.
Em nota ao Estadão, o advogado Rafael Feltrim, que representa João Paulo, disse que ainda não teve acesso aos autos e que seu cliente “é absolutamente inocente”.
“Fomos pegos de surpresa. Ele sempre atuou com pautas de conscientização, como drogas, depressão e falsificação de cartas. Vamos tomar as medidas cabíveis”, afirmou o defensor.
O que diz a denúncia
De acordo com as investigações, uma das vítimas é uma menina de 13 anos, moradora do Rio de Janeiro, que conheceu o influenciador em 2023, durante um evento no Norte Shopping, na zona norte da capital fluminense, quando ela ainda tinha 11 anos.
Segundo a polícia, o influenciador manteve contato com a menina por meio das redes sociais, prometendo ajudar em sua trajetória no universo de jogos e cartas.
“O criminoso prometeu aos pais dela que acompanharia e apoiaria sua trajetória no jogo”, disse a delegada Maria Luiza Machado, responsável pelo caso.
Conforme o depoimento da mãe, a adolescente demonstrou desconforto com as mensagens e acabou revelando que o influenciador passou a pedir fotos íntimas e vídeos de cunho sexual, em troca de cartas raras e brinquedos Pokémon.
A delegada afirmou ainda que Capitão Hunter enviou imagens inapropriadas dele próprio à vítima e tentava convencê-la de que o comportamento era “normal” entre amigos próximos.
“Ele dizia que ela era a única pessoa em quem confiava, que era sua melhor amiga, e que melhores amigos fazem isso. Ele se aproveitava da confiança e do status de ídolo que tinha entre as crianças”, relatou Maria Luiza.
Provas e andamento da investigação
De acordo com a DCAV, as conversas gravadas e armazenadas pela vítima foram cruciais para confirmar as condutas criminosas. O material será periciado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Os investigadores apuram agora se há outras vítimas em diferentes estados, já que o influenciador participava de eventos presenciais e mantinha contato direto com crianças e adolescentes por meio das redes sociais.
Com informações da Polícia Civil do Rio de Janeiro e do jornal O Estado de S. Paulo.
Capitão Hunter Foto: Reprodução/@capitaohunter via Instagram

