Conflito entre Israel e Irã se intensifica no quarto dia com 244 mortos
O confronto militar entre as duas potências regionais registra escalada preocupante com ataques mútuos e repercussões internacionais
Por Redação JampaNews
16 de junho de 2025
O conflito direto entre Israel e Irã completa nesta segunda-feira (16) seu quarto dia consecutivo, deixando um rastro de 244 vítimas fatais – 224 no território iraniano e 20 em Israel, conforme dados oficiais divulgados pelos respectivos governos.
Escalada de ataques mútuos
As últimas horas foram marcadas por uma nova intensificação dos confrontos. O Irã lançou uma série de mísseis contra território israelense em quantidade que, segundo correspondentes internacionais, representa “a maior ofensiva até agora” no atual conflito.
Os ataques iranianos resultaram na morte de cinco pessoas na região central de Israel, elevando para 20 o número total de israelenses mortos desde o início das hostilidades na sexta-feira (13). Dezenas de feridos foram hospitalizados após as explosões atingirem grandes centros urbanos, incluindo Tel Aviv e o porto de Haifa, onde cerca de 30 pessoas ficaram feridas.
A ofensiva iraniana ocorreu em resposta aos ataques israelenses contra bases de mísseis no Irã, que resultaram na morte do chefe de inteligência das forças armadas iranianas, Mohammad Kazemi.
Segundo o Ministério da Saúde do Irã, 224 iranianos perderam a vida nos ataques israelenses, sendo 90% das vítimas civis. Devido às restrições impostas pelo governo iraniano à imprensa internacional, não é possível verificar independentemente esses números.
Ameaças de retaliação
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, reagiu duramente aos ataques que vitimaram civis israelenses, declarando que os moradores de Teerã “pagarão o preço”. Katz classificou o líder iraniano Ali Khamenei como “assassino covarde” e “ditador presunçoso”, prometendo retaliação “em breve”.
Impacto diplomático
O conflito teve repercussões diretas nas relações diplomáticas internacionais. A embaixada americana em Tel Aviv sofreu “danos leves” durante os ataques noturnos iranianos, conforme informou o embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee. Nenhum funcionário americano ficou ferido, mas a embaixada em Jerusalém permanecerá fechada.
As negociações nucleares entre Estados Unidos e Irã, programadas para domingo, foram canceladas. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baghai, condicionou a retomada das conversas à condenação americana dos ataques israelenses, classificando as negociações como “sem sentido” na situação atual.
Posicionamento internacional
O presidente americano Donald Trump, antes de partir para a cúpula do G7 no Canadá, declarou esperar que Israel e Irã cheguem a um acordo, mas reconheceu que às vezes os países precisam “lutar até o fim”. Trump reafirmou o apoio dos EUA a Israel, embora tenha se recusado a confirmar se pediu moderação aos israelenses.
Segundo a mídia americana, Trump teria rejeitado um plano israelense para assassinar o líder supremo iraniano, considerando que “não é uma boa ideia”.
A China fez um apelo direto para que ambos os países tomem “medidas imediatas para acalmar as tensões”, enquanto a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu a diplomacia como melhor caminho, embora tenha apoiado o “direito de Israel se defender”.
Repercussões econômicas
O conflito já impacta os mercados globais de energia. Os preços do petróleo subiram mais de US$ 2 na segunda-feira, com o Brent atingindo US$ 76,37 por barril e o petróleo americano chegando a US$ 75,01. Os ganhos se somaram à alta de 7% registrada na sexta-feira, refletindo as preocupações dos investidores com possíveis interrupções no fornecimento energético regional.
Sessão de emergência na AIEA
O Conselho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) convocou uma sessão de emergência para esta segunda-feira, solicitada pelo Irã e apoiada por Rússia, China e Venezuela. O objetivo é discutir as repercussões dos ataques israelenses às instalações nucleares iranianas.
Segundo especialistas, embora o Irã busque condenação internacional, o atual clima geopolítico torna improvável uma resolução nesse sentido. Também permanece incerto se a reunião poderá contribuir para um cessar-fogo entre as duas potências regionais.
Esta matéria será atualizada conforme novos desenvolvimentos do conflito.