Número de pessoas associadas a sindicato cresce 4,7% na Paraíba em 2024, após recuos sucessivos desde 2018
Do total estimado de 1,658 milhão de pessoas de 14 anos ou mais de idade ocupadas na Paraíba, em 2024, 155 mil estavam associadas a sindicato, um crescimento de 4,7% em relação ao contingente observado em 2023 (148 mil pessoas). No Brasil e no Nordeste, as variações foram de 9,8% e de 2,9%, respectivamente. As informações são da PNAD Contínua – Características Adicionais do Mercado de Trabalho 2024, publicada nesta quarta-feira (19), pelo IBGE.
Esse avanço no indicador estadual ocorreu após sucessivas quedas registradas desde 2017, quando se estimava haver 253 mil sindicalizados no estado, total esse que caiu para 198 mil em 2019. antes da pandemia da Covid-19. Como a coleta não foi realizada nos anos de 2020 e 2021, os resultados estimados para 2022 e 2023 foram 168 mil e 148 mil, respectivamente. Já no comparativo 2012 (276 mil), início da série histórica, houve redução de 43,8% no número de sindicalizados no estado.
O aumento de 4,7% no contingente estadual de trabalhadores sindicalizados, entretanto, não foi proporcional ao da população ocupada na Paraíba, que apresentou um crescimento de 6,5%, entre 2023 (1,557 milhão de pessoas) e 2024 (1,658 milhão).
Em 2024, a taxa estadual de sindicalização das pessoas de 14 anos ou mais ocupadas caiu mais uma vez e chegou a 9,3%, dando continuidade à trajetória de queda observada desde 2018, atingindo o ponto mais baixo da série histórica. Em 2017, a taxa era de 16,5% e caiu sucessivamente entre 2018 (14,7%) e 2023 (9,5%). Mesmo com a continuidade de redução do indicador em 2024, o resultado paraibano manteve-se acima da média brasileira (8,9%), além de ter sido 8º mais elevado do país e o 5º maior da região.
No cenário nacional, houve aumento da taxa de sindicalização, passando de 8,4% em 2023, para 8,9% em 2024; enquanto no Nordeste, assim como na Paraíba, a tendência foi de queda (de 9,5%, para 9,3%, respectivamente).
Taxa de sindicalização das mulheres supera a dos homens pela primeira vez, na Paraíba
Na Paraíba, em 2024, pela primeira vez desde 2012, início da série histórica da pesquisa, a taxa de sindicalização das mulheres (9,4%), apesar de ter caído ente 2023 (9,5%) e 2024 (94%), ficou levemente maior do que a dos homens, que também caiu, passando de 9,5% para 9,3%, respectivamente.
Na região Nordeste, por sua vez, a taxa feminina de sindicalização esteve acima da masculina ao longo de todo o período, a diferença em favor delas tendo se mantido em 2024, quando os percentuais foram de 10% e 8,9%, respectivamente. Já no cenário nacional, a situação se mostrou inversa, com a proporção de sindicalização masculina sendo historicamente superior à feminina, exceto em 2022, quando foram registradas taxas de 9,1% para eles e de 9,3% para elas. Nos últimos anos, tem havido uma tendência de convergência entre os dois indicadores em nível nacional, mas em 2024 a taxa média dos homens (9,1%) ainda foi maior que a das mulheres (8,7%).
Taxa estadual de associação a cooperativa de trabalho ou produção atinge seu menor valor desde 2012
A pesquisa mostra ainda que, na Paraíba, a taxa de associação a cooperativa de trabalho ou produção, entre as pessoas ocupadas como empregador ou conta própria no trabalho principal, teve recuo de 1,9 ponto percentual (p.p.) entre 2023 (4,9%) e 2024 (3%), atingindo o menor valor da série histórica iniciada em 2012 (5,2%), cujo ápice foi alcançado em 2014 (5,7%). Na comparação entre as unidades da federação, o resultado da Paraíba em 2024 foi a 8ª menor do Brasil e a 4ª menor do Nordeste e, por isso mesmo, ficou abaixo das médias nacional (4,3%) e regional (3,5%). 
Esses resultados mostram a baixa adesão dos trabalhadores a esse tipo de arranjo produtivo, não só no estado, mas em todo o país, sobretudo entre as mulheres, cujas taxas de associação a cooperativas, em 2024, foram ainda menores: de 3,4% no Brasil, de 2,7% no Nordeste e de 1,1% na Paraíba; enquanto as taxas masculinas foram, respectivamente, de 4,8%, 4% e 3,9%.
Proporção de empregadores e conta-própria com CNPJ recua para 21,5%, em 2024
Na Paraíba, o número de empregadores e trabalhadores por conta própria teve crescimento de 5,6% entre 2023 (462 mil trabalhadores) e 2024, (488 mil). Em 2024, o total de trabalhadores por conta própria na Paraíba somava 418 mil, um contingente seis vezes maior do que o de empregadores (70 mil). Em 2023, esses contingentes eram de 407 mil e 55 mil, respectivamente, ou seja, os primeiros eram 7,4 vezes mais numerosos que os segundos.
Do total de empregadores e conta-própria estimados para a Paraíba, 21,5% (105 mil) tinham negócios registrados no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), o que mostra um recuo de 1,9 ponto percentual frente a 2023 (23,4%), ano em que o indicador havia alcançado o ponto mais alto da série histórica, iniciada em 2012 (12,7%). Ainda assim, essa foi a terceira maior taxa da série histórica, a segunda maior tendo sido registrada em 2022 (22,3%).
Esse recuo observado no indicador estadual entre 2023 e 2024, destoa da tendência de leve alta observada tanto no cenário nacional, onde a taxa subiu de 33% para 33,6%, como no cenário regional, em que foi observado avanço de 18,5% para 19,2%, respectivamente.
Apesar de ter ficado bem abaixo da média brasileira (33,6%), a taxa paraibana para 2024 foi maior que a média nordestina (19,2%). Além disso, foi a 13ª mais baixa do país, mas a terceira maior entre todos os estados do Nordeste, inferior apenas às registradas em Pernambuco (21,9%) e no Rio Grande do Norte (24,6%).
No estado, a redução da cobertura do CNPJ foi puxada tanto pela categoria dos empregadores, cuja taxa de formalização caiu 5,1 pontos percentuais (p.p.) entre 2023 (74%) e 2024 (68,9%); como pelo grupo dos trabalhadores por conta própria, cuja proporção de registrados caiu 3 p.p. (passou de 16,6% para 13,6%, respectivamente).
Em 2024, a distribuição do total dos empregadores ou conta-própria em empreendimento registrado no CNPJ por sexo, revela que a participação era mais expressiva entre as mulheres (23,6%), do que entre os homens (20,5%), na Paraíba. Situação similar foi observada nos cenários brasileiro e nordestino, onde as taxas do grupo feminino foram de 35,2% e de 21,1%, enquanto as do grupo masculino foram de 32,7% e de 18,3%, respectivamente.
Maior parte dos ocupados na Paraíba trabalhava em estabelecimento do próprio empreendimento
A pesquisa constatou ainda que do total de 1,263 milhão de pessoas ocupadas na Paraíba, 49,6% (627 mil) trabalhavam em estabelecimento do próprio empreendimento, em 2024. Outros 17,4% (219 mil) exerciam suas atividades laborais em local designado pelo empregador, patrão ou freguês; 12,5% (158 mil) em fazenda, sítio, granja, chácara etc.; 10,3% (130 mil) no domicílio ou residência; 4,6% (58 mil) em veículo automotor e 3,6% (46 mil) em via ou área pública. Na comparação entre 2023 e 2024, o destaque ficou por conta do grupo dos que trabalhavam em local designado pelo empregador, patrão ou freguês, cuja participação no total dos ocupados cresceu 1,8 p.p., tendo passado de 15,6% para 17,4%, respectivamente.
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