Lula chama isenção de IR de “quase um 14º salário” e sugere TV nova para a Copa de 2026
BRASÍLIA – Em pronunciamento em cadeia nacional neste domingo (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda — agora válida para quem ganha até R$ 5 mil — representará “quase um 14º salário” para milhões de brasileiros. A declaração veio acompanhada de uma sugestão direta aos beneficiados: usar a renda extra para quitar dívidas ou até comprar uma nova televisão para assistir à Copa do Mundo de 2026.
Lula celebrou a sanção da lei, aprovada por unanimidade na Câmara e no Senado, e destacou que o impacto financeiro para os trabalhadores será significativo. “Com zero de Imposto de Renda, uma pessoa que recebe R$ 4,8 mil pode economizar cerca de R$ 4 mil em um ano. É quase um 14º salário”, disse o presidente, evitando deliberadamente o termo “isenção”.
Segundo cálculos da Receita Federal citados no pronunciamento, a nova faixa deve injetar R$ 28 bilhões na economia em 2026 — dinheiro que, na visão do governo, servirá como um “estímulo extraordinário” ao comércio, indústria, serviços e pequenos empreendedores.
Ataque à desigualdade e recado aos “super-ricos”
Lula voltou a direcionar críticas ao que chama de injustiça tributária histórica no País. Ele afirmou que, enquanto trabalhadores formais chegam a pagar 27,5% de IR, os mais ricos — que vivem de rendimento de capital — pagam, em média, apenas 2,5%.
“É inaceitável. Quem mora em mansão, quem tem dinheiro fora, quem coleciona carros de luxo, jatinhos e jet-skis paga dez vezes menos do que uma professora, um policial ou uma enfermeira”, afirmou o presidente, alegando que a compensação da medida virá de uma taxação mínima de 10% sobre quem ganha mais de R$ 1 milhão por ano.
Pronunciamento com tom eleitoral
A pouco mais de um ano das eleições, Lula reforçou realizações do governo e sinalizou continuidade. Citou programas como Pé-de-Meia, Bolsa Família, Luz do Povo, Gás do Povo, o aumento real do salário mínimo e a recuperação do Brasil entre as dez maiores economias do mundo.
Apesar de defender avanços, reconheceu que a desigualdade ainda é estrutural. “A desigualdade no Brasil hoje é a menor da história. Mesmo assim, continua entre as maiores do mundo”, disse.
O pronunciamento encerrou com um apelo otimista: “Era preciso mudar. E estamos mudando.”

