Novo modelo de financiamento da casa própria vai beneficiar a classe média
Banco volta a financiar até 80% do valor dos imóveis pelo SBPE a partir de segunda-feira (13)
A CAIXA e o Governo Federal anunciaram um conjunto de novas medidas para fortalecer a política habitacional e ampliar o acesso ao crédito imobiliário no país. O pacote, apresentado nesta sexta-feira (10), deve injetar cerca de R$ 40 bilhões adicionais no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) nos próximos dois anos.
As mudanças decorrem da nova regra de direcionamento da poupança, que amplia o volume de recursos disponíveis para o setor. Entre as principais novidades está a elevação do teto do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que sobe de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, além do retorno do financiamento de até 80% do valor dos imóveis pelo SBPE — medida que entra em vigor já na próxima segunda-feira (13).
De acordo com estimativas da CAIXA, o aumento das cotas deve gerar R$ 3 bilhões adicionais em 2025, reforçando o crédito habitacional e o papel estratégico da construção civil na economia.
O presidente da CAIXA, Carlos Vieira, destacou que o momento marca uma “virada” no setor e ressaltou a importância da construção civil como vetor de desenvolvimento.
“São ações dessa natureza, articuladas de forma conjunta, que farão com que esse segmento, que já acredita no avanço do Brasil e nas ações dos bancos públicos e privados, tenha muito mais condições de fazer a diferença. A construção civil é o grande alavancador da economia deste país”, afirmou.
A cerimônia de lançamento do novo modelo de crédito imobiliário ocorreu no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo (SP), com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Jader Filho (Cidades), além do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e outras autoridades.
Durante o evento, Lula destacou o compromisso do governo em garantir moradia digna para todas as faixas de renda, mencionando as dificuldades enfrentadas pela classe média.
“Um trabalhador metalúrgico, um bancário, um professor que ganha R$ 8 mil ou R$ 10 mil por mês não se enquadra nas faixas 1 e 2. O que queremos é ajustar as políticas para que todos tenham a dignidade de morar onde desejam. É para isso que o Minha Casa, Minha Vida foi criado”, disse o presidente.
Também foi assinada uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) que redefine critérios para as operações de crédito imobiliário e amplia o uso dos recursos captados em poupança. A medida deve potencializar em mais de R$ 50 bilhões as operações do setor, ao permitir que parte dos depósitos compulsórios seja usada para financiamentos habitacionais.
CAIXA mantém liderança no crédito imobiliário
A CAIXA segue como líder absoluta no crédito imobiliário brasileiro, com 66,8% de participação no mercado (jun/2025). Em 2024, o banco registrou o maior volume de contratações da história — R$ 223,6 bilhões — e, apenas no primeiro semestre de 2025, atingiu R$ 875,5 bilhões em saldo de carteira e 369,1 mil imóveis financiados.
No programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), a instituição responde por mais de 99% dos financiamentos, consolidando seu papel como principal agente público de habitação e reafirmando seu compromisso com o desenvolvimento social e o acesso à moradia.
Foto: Presidente da CAIXA, Carlos Vieira. Divulgação