terça-feira, outubro 21, 2025
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Bolívia enfrenta escassez e contrabando em meio à crise econômica e eleições presidenciais

A Bolívia vive um cenário de crise econômica e escassez de alimentos, agravado pelo aumento do contrabando de produtos para o Peru. O problema se intensificou às vésperas das eleições presidenciais deste domingo (19), nas quais Rodrigo Paz e Jorge “Tuto” Quiroga disputam o comando do país.

Na cidade fronteiriça de Desaguadero, o contrabando ocorre de forma quase livre. Homens e mulheres atravessam o Lago Titicaca em barcos carregados de alimentos, que são vendidos a preços até três vezes maiores no Peru. Enquanto isso, nas prateleiras bolivianas, produtos básicos começam a faltar.

A agiotagem, a especulação e o contrabando estão aumentando os preços em até 300%, como no caso dos medicamentos”, afirmou o vice-ministro de Defesa do Consumidor peruano, Jorge Silva.

Economia em queda

O Banco Mundial prevê que a economia boliviana encolherá 0,5% em 2025, e deve continuar em estagnação nos próximos anos. O país enfrenta a pior crise em quatro décadas, marcada pela falta de combustíveis, alta dos preços e escassez de dólares.

A dependência da importação de gasolina e diesel — vendidos com subsídio de quase 50% — pressiona as contas públicas. Segundo o presidente da estatal YPFB, Armin Dorgathen, a Bolívia não consegue importar todo o combustível necessário, o que tem provocado racionamento e filas em postos de várias regiões.

Impactos diretos

A escassez afeta também a produção agrícola e o transporte de alimentos. Em Santa Cruz, principal polo agroindustrial do país, produtores relatam prejuízos com o atraso no plantio e o aumento do custo dos insumos.

No mercado de Villa Fátima, em La Paz, a vendedora Emilia Rocha lamenta a situação:

“Se os produtos subirem mais, não vai ter muita venda. Precisamos de medidas que não nos afetem tanto, mas que sejam eficazes.”

Expectativa por mudanças

Entre a população, cresce a expectativa de que o novo governo traga reformas rápidas e eficazes. “Precisamos de uma luta real contra a corrupção. Nestes 20 anos fizeram o que quiseram e agora estamos em crise”, criticou a comerciante Rosa Tovar, que teme novos aumentos de preços e estocou alimentos por precaução.

Com o contrabando em alta, os postos sem combustível e os preços subindo, o novo governo boliviano — de orientação conservadora — terá pela frente o desafio de restabelecer a estabilidade econômica e reconquistar a confiança da população.

Com informações das agências AP e AFP

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