terça-feira, outubro 21, 2025
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PF desarticula fraude no Enamed; grupo cobrava R$ 140 mil por aprovação em residência médica

A Polícia Federal (PF) deflagrou neste domingo (19) a Operação R1, que desarticulou uma organização criminosa especializada em fraudar o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed). A ação foi realizada em parceria com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

De acordo com as investigações, os criminosos prometiam aprovação garantida em programas de residência médica — conhecidos como R1 — em troca de R$ 140 mil por candidato. A residência médica é uma pós-graduação destinada exclusivamente a profissionais formados em Medicina.

Como funcionava o esquema

Segundo a PF, o grupo operava de duas maneiras principais:

  • Envio de respostas corretas durante a prova, por meio de dispositivos eletrônicos;

  • Uso de “laranjas”, que faziam o exame no lugar dos candidatos, utilizando documentos falsos.

Prisões e apreensões

A operação resultou em oito prisões — cinco em flagrante e três preventivas.
Entre os detidos em flagrante, estavam quatro homens e uma mulher, surpreendidos durante o exame com equipamentos de transmissão de dados.
Outros três suspeitos foram presos em um hotel de Juiz de Fora (MG), onde atuavam no envio das respostas via ponto eletrônico.

A PF também cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de um dos candidatos no Rio de Janeiro, apreendendo celulares e dispositivos eletrônicos que serão submetidos à perícia federal.

Responsabilização e próximos passos

Os oito presos foram encaminhados à Delegacia da Polícia Federal de Juiz de Fora, prestaram depoimento e serão levados ao sistema prisional, à disposição da Justiça.

Eles podem responder por fraude em certame de interesse público, associação criminosa e falsidade ideológica.

Avaliação unificada

O Enamed foi criado para avaliar de forma unificada a formação médica no Brasil.
Neste ano, pela primeira vez, os resultados do exame poderão ser usados como critério de acesso aos programas de residência médica por meio do Exame Nacional de Residência (Enare).

A PF segue investigando o possível envolvimento de outros candidatos e intermediários, além de apurar a origem dos recursos usados na fraude.

Com informações da Polícia Federal

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