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Carla Zambelli é presa pela polícia italiana em Roma

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi encontrada pela polícia italiana em Roma. Ela estava vivendo no sexto andar de um prédio nos arredores do Vaticano, na casa de uma brasileira. Homens da corporação Digos (Divisione Investigazioni Generali e Operazioni Speciali) a conduziram para uma delegacia para tomada de informações, quando já era noite na capital italiana. O Ministério da Justiça brasileiro afirma que ela foi presa.

A polícia vinha seguindo pistas, que não se confirmaram, de que a deputada estava em outras cidades, como Siena. Agentes também chegaram a investigar a presença dela na região da Campânia.

Em maio, Zambelli foi condenada pela Primeira Turma do STF a dez anos de prisão e perda do mandato por ter contratado um hacker para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No começo de junho, o ministro Alexandre de Moraes determinou sua prisão preventiva. Dias antes da decisão, no entanto, a deputada embarcou para os Estados Unidos, de onde partiu, em seguida, para a Itália, munida de documentos que atestam sua cidadania italiana. Desde então, ela constava na lista de criminosos procurados da Interpol.

Embora Zambelli tenha sido condenada a perder o mandato de deputada, cabe à Câmara analisar sua cassação. Ainda em junho, o presidente da Casa, deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o processo de cassação de Zambelli. A análise do caso ainda não foi concluída. Se for aprovado pela comissão, ele deverá ser encaminhada para votação no plenário da Câmara.

Zambelli ganhou notoriedade como militante antipetista nas manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff, em 2015 e 2016. Alinhada com a candidatura vitoriosa de Jair Bolsonaro em 2018, ela se filiou ao PSL, partido que reunia a trope de elite do bolsonarismo, e se elegeu deputada federal por São Paulo. Em 2022, conseguiu se reeleger com a segunda maior votação do estado de São Paulo, cerca de 950 mil votos. Mas caiu em desgraça no bolsonarismo quando, a dias do segundo turno daquela eleição, foi filmada apontando uma arma para um homem com quem tinha discutido no bairro dos Jardins, em São Paulo. A cena, que mostra a deputada perseguindo o homem com arma em punho, viralizou e se tornou uma vidração na campanha de Bolsonaro, que sempre defendeu uma liberação mais ampla do porte de armas de fogo.

Revista Piauí
Foto: Lula Marques/Agência Brasil

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