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Grande ato da esquerda para pressionar Congresso tem críticas a Bolsonaro, Tarcísio e Trump

O ato programado por movimentos de esquerda e o PT para defender políticas econômicas do governo Lula, nesta quinta-feira (10), redirecionou o foco também para as tarifas de 50% ao Brasil anunciadas pelo presidente dos Estados UnidosDonald Trump.

Realizado em frente ao Masp, na avenida Paulista, na região central da capital, inicialmente o protesto mirava o Congresso e o centrão, de forma mais ampla, para pressionar pela taxação dos mais ricos, a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5.000 mensais e pelo fim da escala 6×1 de trabalho.

No entanto as tarifas anunciadas por Trump nesta quarta (9) fizeram com que os manifestantes passassem a protestar também contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apontado como uma figura que atua apenas em defesa própria e contra os interesses do país. O governador de São PauloTarcísio de Freitas (Republicanos), apoiador tanto de Bolsonaro como de Trump, também virou um dos alvos da manifestação e foi xingado durante o ato.

Segundo o Monitor do Debate Político do Cebrap, o público presente ao ato foi de 15 mil pessoas. O cálculo é feito por meio de imagens aéreas e ferramentas de inteligência artificial. No protesto bolsonarista do último dia 29, o mesmo grupo apontou a presença de 12,4 mil pessoas.

Na Paulista, havia faixas de centrais sindicais, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), e do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), além de bandeiras do PSOL e do PT. Placas pediam pelo fim da escala 6×1 e por “diversidade e igualdade”.

A imagem mostra um protesto em que uma pessoa está vestida com um terno e uma máscara de papel com o rosto de Donald Trump. Essa pessoa segura um cartaz. Ao fundo, há outras pessoas com cartazes e bandeiras, e um grande edifício vermelho. O ambiente parece ser urbano, com várias pessoas reunidas.Os participantes puxaram coro de “Fora, Tarcísio” nos intervalos das músicas que tocavam no carro de som, antes de os discursos começarem. Um boneco simbolizando Trump foi queimado na avenida. Também houve gritos contra a anistia para bolsonaristas. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), um dos que convocaram o ato nas redes, disse se tratar da maior manifestação de rua do país no ano, superior até às dos bolsonaristas na mesma Paulista.

“Aqui estão, hoje, os verdadeiros patriotas do país. Não quem é traidor da pátria, não quem usa símbolo nacional para conspirar contra o país. Hoje, aqui na Paulista, também é uma resposta àqueles que não querem deixar o presidente Lula governar, àqueles que dão chilique quando falam em super-rico pagar a conta.”

Presente no ato, o deputado federal Rui Falcão (PT-SP) disse que o comparecimento, acima do esperado pelos organizadores para uma noite de quinta, é resultado de uma mobilização patriótica de quem busca maior equidade tributária e também defende a soberania nacional.

“Eu acho que a população que defende o país, que é patriota, também acrescenta isso [taxas de Trump] na pauta, mas o objetivo principal é mostrar no Congresso que é importante aprovar as pautas do presidente”, afirmou.

Falcão, que foi candidato à presidência do PT, disse esperar que a mobilização desta noite dê um recado à nova direção do partido. “Espero que agora a nova direção do PT estimule a nossa militância a se mobilizar e ocupar as ruas. A rua não é um palco para a direita dominar.”

Na carta enviada a Lula comunicando a decisão de taxar em 50% os produtos brasileiros, na quarta, Trump saiu em defesa de Bolsonaro, a quem tem classificado como perseguido político no julgamento da trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal).

Transcrito da Folha de S. Paulo

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