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Oficinas mecânicas de JP registram aumento de até 30% no movimento em período chuvoso

Problemas na suspensão e no alinhamento são os mais recorrentes

As fortes chuvas que vêm acometendo João Pessoa nos últimos meses têm causado diversos transtornos. Trânsito lento e vias interditadas são alguns deles. Contudo, além disso, danos nos automóveis em decorrência dos alagamentos e das aberturas de buracos nos asfaltos vêm ocasionando adversidades para os motoristas da cidade. Quem ganha com isso são as oficinas mecânicas e lojas de autopeças. Nessa época de aumento do volume das precipitações, há um aumento entre 20% a 30% pela procura de serviços nesses estabelecimentos. 

Franco da Nóbrega, dono da oficina Auto Mecânica, localizada na Beira Rio, ressalta a maior demanda dos clientes pelos atendimentos do setor. “Em média, atendemos de 10 a 15 carros por dia. A gente trabalha aqui de segunda a sábado, uma média de 200 carros por mês. Nesse período de chuvas, tem uma incidência maior, há um aumento em torno de 20 a 30% a mais na assistência prestada”.

Proprietário de outra oficina na Beira Rio, Fábio Sales, também confirmou esse crescimento. “Tem um aumento na procura, porque a gente tem a rua cheia de água e os motoristas não veem as aberturas, acabam caindo e danificando o carro”, apontou.

O perfil do atendimento e dos serviços prestados nessa época, também muda. Avarias no freio, na injeção eletrônica, que podem ocorrer quando a parte elétrica do veículo entra em contato com a água; além de avarias na suspensão e alinhamento também são condições comuns de carros que caem em buracos. O alinhamento se refere ao ajuste dos ângulos das rodas, o que faz elas ficarem paralelas entre si. Já a suspensão é o sistema que une as rodas do veículo e que absorve o impacto e mantém as rodas em contato com o solo.

“Buraco tira a geometria do carro, isto é, mexe no alinhamento. O motorista percebe que o carro começa a puxar para um lado, que a direção fica um pouco torta, isso porque a geometria dele é modifica”, explicou Erival de Souza, mecânico. 

Segundo Franco da Nóbrega, a suspensão também é bastante afetada e o valor para realizar a manutenção do sistema de suspensão é em torno de R$120,00.

Miguel Machado estava em uma das oficinas realizando apenas um check up no seu veículo, mas comentou que realmente tem percebido um aumento no número de fendas nas vias por onde passa. Já Pedro Henrique, que também estava no local, afirmou que o pai já teve prejuízos sérios por conta das chuvas. “Uma vez foi em Intermares. Tinha uma poça d’água enorme e ele não tinha noção da profundidade do alagamento, então ele viu um carro subindo metade do carro pela calçada e foi fazer o mesmo, só que acabou rasgando os dois pneus que passaram pela água”. Pedro ainda contou que, em outro momento, no Bairro das Indústrias, o pai também passou por um acúmulo de água que, aparentemente, não era tão profunda, mas que mesmo assim rasgou um dos pneus dianteiros.

Fábio Sales finalizou dando um alerta para os motoristas. “Não se deve passar em lâminas d’água de jeito nenhum. Se ver uma área de alagamento, tentar livrar o caminho por outro canto e não passar”.

Menos buracos que no ano passado

A Secretaria de Infraestrutura de João Pessoa (Seinfra) afirmou que, neste ano, foram encontradas menos aberturas nas vias da cidade que no ano passado, principalmente em decorrência do Programa “Asfalto Novo”, que realizou a pavimentação asfáltica de 252 ruas, totalizando 126,445 km. “No ano passado, no mês de junho, nós detectamos em média 4.200 buracos e, em 2025, fizemos o levantamento do mês de junho e somente 1.200 foram verificados”, afirmou o secretário-executivo da Seinfra, Luciano Pereira.

A Seinfra também destacou que as ações da Operação Tapa-Buracos acontecem todos os dias, de segunda a sexta-feira, com 12 equipes de campo, cada uma com quatro pessoas. A operação passa por, pelo menos, 20 bairros da cidade a cada dia. As localidades são programadas de acordo com as demandas da população por meio do aplicativo João Pessoa na Palma da Mão, além de solicitações via rádio-escuta e o monitoramento dos buracos feitos pela própria Secretaria. “Nós temos um veículo adaptado para ‘caçar’ buraco na cidade, ele detecta essa abertura na via antes mesmo que a população faça a sua solicitação”, afirmou Luciano.

 

Texto de Camila Monteiro para o Jornal A União desta quinta-feira, 17/7

Foto: Evandro Pereira/A União

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