Com uma viagem a trabalho em 1957, para apresentar a peça “Fogo no Pandeiro”, acabou morando em Portugal por seis anos. Voltando ao Brasil, seguiria participando de muitas comédias ao longo dos anos 1960, pouco antes de estrear na TV Tupi, em 1966, no programa Espetáculos Tonelux.
De lá, foi convidada por Boni para ir à Globo, onde começou no humorístico “Bairro Feliz”, dirigido por Maurício Sherman. Seguiria para “Balança, Mas Não Cai”, criado por Max Nunes e Paulo Gracindo na Rádio Nacional, e que ganhou sua versão nas telinhas em 1968.
Passaria, então, pelos maiores programas de esquetes da emissora entre os anos 1970 e 1980, numa parceria de 17 anos com Jô Soares, passando por “Faça Humor, Não Faça Guerra”, “Satiricom”, “Planeta dos Homens” e “Viva o Gordo”.
Na “Escolinha”, em 1991, encarnou a imigrante portuguesa Manuela D’Além-Mar, e, ao longo dos anos, viveu outras personagens no humorístico, como a judia Sara Rebeca e Maria, outra mulher portuguesa, contracenando com Agildo Ribeiro como Manuel.
Na década de 1980, também ficaria marcada pelo papel como a empregada Frosina Maria de Jesus na novela “Amor com Amor Se Paga”, contracenando com Ary Fontoura no papel do seu patrão, Nonô.
Em paralelo, estrelou “Divirta-se com Berta Loran”, um espetáculo de variedades, em que contava piadas, cantava, dançava e sapateava, que ficou três anos em cartaz —e rendeu a ela um apartamento em Copacabana.
Ao longo dos anos, trabalhou também em “Cama de Gato”, “Cambalacho”, “Torre de Babel”, “Da Cor do Pecado”, o remake de “Ti Ti Ti”, “Zorra Total”, entre outras atrações da Globo.
Loran foi casada quatro vezes. Aos 20, com o ator judeu Suchar Handfuss, radicado em Buenos Aires, 31 anos mais velho que ela, com quem ficou por 11 anos. Depois, aos 37, com o comerciante Júlio Marcos Jacoba, com quem ficou até 1990. Numa entrevista de 2011, afirmou que sofreu abortos no seu primeiro relacionamento e não conseguiu ter filhos durante o segundo. Depois, ficaria ainda com o cantor Paulo de Carvalho e com Claudionor Vergueiro.
Loran vivia reclusa e não fazia participações maiores desde 2019, quando fez a personagem Dinorá Macondo na novela “A Dona do Pedaço”. Depois, ainda trabalhou em algumas comédias para o cinema, como “Juntos e Enrolados”, de 2022, além de ter sido tema de um episódio da série “Comediantes Que Amamos”.
Em 2016, ela foi tema da biografia “Berta Loran: 90 Anos de Humor”, escrita pelo jornalista e produtor João Luiz Azevedo, que resgata a biografia da atriz por meio de uma longa entrevista.