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Criminosos do PCC alugaram casa a menos de 1 km de onde promotor mora para monitorar sua rotina

A Operação Recon, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em conjunto com a Polícia Civil, revelou um plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para executar o promotor de Justiça Lincoln Gakiya e o coordenador de presídios Roberto Medina, responsável por unidades prisionais da Região Oeste do estado.

Casa de luxo usada para vigilância e tráfico

As investigações apontam que os criminosos alugaram uma casa de luxo a menos de um quilômetro da residência de Gakiya. O imóvel era utilizado para mapear a rotina do promotor e de sua escolta pessoal, além de servir como ponto de distribuição de drogas.

Imagens aéreas mostraram movimentação intensa no local, com reuniões frequentes de integrantes da facção. A suspeita é de que o grupo pretendia atacar o promotor no trajeto diário até o trabalho.

Histórico de enfrentamento ao crime organizado

Lincoln Gakiya atua no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Presidente Prudente. Desde 1996, quando assumiu a Promotoria da cidade, ele investiga a cúpula do PCC e sua infiltração no estado.

Segundo o MP-SP, a célula desarticulada operava de forma compartimentada e disciplinada, com cada integrante desempenhando funções específicas sem conhecer a totalidade do plano. Essa estrutura dificultava a detecção da trama.

“Os criminosos já haviam identificado, monitorado e mapeado os hábitos diários de autoridades, num plano meticuloso e audacioso que demonstrava o grau de periculosidade e ousadia da organização”, destacou o Ministério Público.

Mandados e apreensões

A Operação Recon cumpre 25 mandados de busca e apreensão em diversas cidades do interior paulista, incluindo Presidente Prudente, Álvares Machado, Martinópolis, Pirapozinho, Presidente Venceslau, Presidente Bernardes e Santo Anastácio.

A Justiça também autorizou a quebra de sigilos telefônicos e telemáticos dos investigados, para ampliar o rastreamento de envolvidos. A polícia afirma que a ordem para atacar Gakiya e Medina partiu diretamente da cúpula do PCC.

Prisões e provas coletadas

A investigação teve início em julho, após a prisão em flagrante de Vitor Hugo da Silva, o VH, por tráfico de drogas. No celular dele, foram encontrados registros detalhados da rotina de Roberto Medina.

A partir daí, os investigadores chegaram a outros suspeitos:

  • Wellison Rodrigo Bispo de Almeida, o Corinthinha, preso em Presidente Bernardes, acusado de monitorar Medina;
  • Sérgio Garcia da Silva, o Messi, detido em setembro, cujo celular continha conversas e prints de trajetos de Gakiya e Medina.

Próximos passos

O MP-SP afirma que as buscas devem resultar na coleta de novas provas para identificar outros partícipes e mapear a cadeia de comando da facção.

Embora a Polícia Civil não veja, até o momento, ligação direta entre esse plano e o assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, chama atenção o fato de que o monitoramento de Gakiya e Medina começou no mesmo período em que os assassinos de Fontes passaram a segui-lo em Praia Grande.

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