quarta-feira, dezembro 24, 2025
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Programa ‘Eu Posso Semear’ fortalece agricultura familiar e sustentabilidade em João Pessoa

Com assistência técnica, incentivo a práticas de sustentabilidade e apoio na comercialização da produção, o programa ‘Eu Posso Semear’, executado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedest) da Prefeitura de João Pessoa, encerra o ano de 2025 com um balanço positivo. A iniciativa fortaleceu a agricultura familiar urbana e periurbana, oferecendo desde a assistência no plantio até os meios de escoamento dos produtos, tornando pequenos produtores rurais agentes de preservação ambiental e de segurança alimentar na cidade.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Bruno Farias, o programa ‘Eu Posso Semear’ atende uma média de 350 famílias, entre agricultores familiares e pequenos produtores rurais, com ações contínuas de apoio ao cultivo, capacitação, preparo do solo e comércio.

“Com ações integradas, o programa impulsiona a agricultura familiar como vetor de renda, educação e proteção ambiental. Ao oferecer estrutura, formação, transporte, regularização e comercialização da produção, além de crédito para investimento na atividade, o programa transforma pequenos produtores em protagonistas de uma cidade mais sustentável”, afirma o secretário.

O coordenador do programa Eu Posso Semear, Adriano Vasconcelos, relata que o trabalho da Sedest começa com a distribuição de sementes e preparo do solo. No ano de 2025, o programa distribuiu 216 kits de sementes contendo hortaliças, folhosas e frutíferas, a exemplo de coentro, alface, couve, tomate, pimentão, rúcula, pimenta e mamão. Cada kit possui 15 pacotes, totalizando aproximadamente 30 variedades cultivadas em áreas produtivas da Capital, como os bairros de Engenho Velho, Gramame, Ponta de Gramame, Jardim Veneza e Bairro das Indústrias.

Com a variedade de sementes, os agricultores familiares diversificam sua produção, como é o caso de Joselito dos Santos. Para garantir uma boa produtividade das culturas sem depender do clima, ele investiu em um kit de irrigação. “Eu peguei um empréstimo para adquirir os materiais, com o apoio da secretaria, e consegui aumentar a produção”, comenta.

O apoio da Sedest inclui ainda limpeza de terrenos com trator, que atendeu 43 famílias neste ano, somando 315 áreas preparadas desde o início do programa, segundo Adriano Vasconcelos. “Ainda no preparo do plantio, o programa tem uma parceria com a Secretaria de Meio Ambiente para o fornecimento de compostagem, que é a transformação de restos de folhas e de alimentos em adubo natural, e nós disponibilizamos o transporte desse material até o pequeno produtor”, aponta.

Assistência Técnica – O coordenador do ‘Eu Posso Semear’ destaca que o apoio técnico é diário. “Temos uma equipe com técnico agropecuário e agrônomo, que acompanha a produção agroecológica diariamente, desde o preparo do solo até a comercialização, estando presente em toda a cadeia produtiva”, enfatiza.

A Sedest estimula a produção de alimentos agroecológicos, isto é, sem o uso de agrotóxicos, respeitando a sustentabilidade ambiental para o crescimento da agricultura familiar. Neste aspecto, o agricultor Eliabe Batista enaltece a importância da assistência técnica para o sucesso da colheita.

“É a partir do apoio técnico que a gente consegue resolver problemas de pragas em nossa plantação sem precisar recorrer a nenhum composto químico”, diz Eliabe Batista, que produz frutas e raízes em uma pequena propriedade no bairro de Engenho Velho.

O apicultor Marcos Lima reforça que a atenção da equipe técnica do programa é essencial para o crescimento das atividades produtivas. Segundo ele, o ‘Eu Posso Semear’ analisou a pureza do mel produzido e orientou sobre os métodos de alimentação nos períodos de redução de alimentos na natureza, como inverno ou seca.

“Nas épocas chuvosas, a água retira o néctar das flores, e falta alimentação para as abelhas. Mas nós fomos orientados a usar uma suplementação para resolver a situação”, explica o apicultor, que produz mel de abelhas com e sem ferrão, junto com sua família, por meio das marcas Cedage e Mel Parahyba.

Criação animal – O programa ‘Eu Posso Semear’ também atende famílias que trabalham com criação de animais — principalmente de bovinos e aves, além de suínos em menor proporção. O pequeno produtor rural Joselito dos Santos também trabalha na criação de galinhas. Ele tem mais de mil aves alimentadas com milho, macaxeira e restos de folhas para garantir a saúde dos animais. “Participamos de algumas feiras de agricultura familiar, durante a semana, e conseguimos vender uma média de 60 bandejas de ovos. Além disso, também vendemos a galinha de capoeira abatida, que o pessoal gosta muito”, conta.

A Sedest ainda disponibiliza apoio sanitário gratuito. As equipes realizaram vacinação contra brucelose, contemplando 100 animais imunizados, em 2025, além da vacinação contra febre aftosa.

Feira da Agricultura Familiar – O programa ‘Eu Posso Semear’ realiza a Feira da Agricultura Familiar para escoar a produção, incentivar a comercialização das famílias inscritas no programa e ampliar o acesso da população a alimentos agroecológicos.

“A Sedest fornece toda a estrutura de comercialização, sem custos para o produtor: mesas, cadeiras, tendas, caixas térmicas, freezer, além de ônibus adaptado exclusivamente para armazenamento e transporte de produtos. Também disponibilizamos vans e carros que buscam os produtores nas áreas de produção, levam até as feiras e depois os conduzem para suas casas”, aponta o secretário Bruno Farias.

As feiras ocorrem às quartas-feiras, no Parque Parahyba I, localizado no bairro do Bessa, das 14h às 19h; e nas sextas-feiras, das 5h às 11h, na Praça Chateaubriand Arnaud, em Manaíra, também conhecida como Praça da Rotam. Às terças-feiras, ocorrem as feiras itinerantes, que mudam de local a cada mês, percorrendo toda a cidade. Neste ano foram contemplados os bairros de Altiplano, Bessa, Manaíra, Mangabeira, Bancários e Portal do Sol.

Inclusão – O ‘Eu Posso Semear’ também oferece cursos em parceria com o programa ‘Eu Posso Aprender’, também da Sedest, responsável pelas formações. São ofertadas capacitações como precificação, uso de maquinetas, jardinagem, montagem de canteiros e pós-colheita, reduzindo desperdícios.

No que se refere à regularização, a Prefeitura de João Pessoa é pioneira na emissão do Cadastro do Agricultor Familiar (CAF), documento essencial para acesso a benefícios federais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Neste ano, já foram emitidos mais de 40 CAFs diretamente pela Prefeitura a partir de autorização do Ministério da Agricultura.

A inclusão também ampliou o acesso ao PAA, que conta com 75 agricultores participantes do programa, fornecendo alimentos para cozinhas comunitárias e ações sociais do Prefeitura de João Pessoa.

Educação ambiental – De acordo com Adriano Vasconcelos, o ‘Eu Posso Semear’ ampliou ainda sua atuação na educação ambiental, possibilitando visitas de estudantes da rede municipal a áreas de produção agrícola, permitindo contato direto com práticas sustentáveis e com a importância da produção de alimentos.

“O programa também implantou canteiros de cultivo em seis cozinhas comunitárias da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e em 12 escolas municipais, incentivando a produção de hortas como ferramenta de aprendizagem, nutrição e autonomia alimentar”, assegura o coordenador.

Fotos: Kleide Teixeira/ Quel Valentim/ Assessoria

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