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Fake News vão continuar, diz diretora da Agência Lupa

“A grande mídia não quer que você saiba, compartilhe”. A frase acompanha inúmeras notícias falsas que são disseminadas em massa nas redes sociais. Essas notícias, que cresceram consideravelmente nas eleições, chegam a ser compartilhadas sete vezes mais rápido do que as notícias verdadeiras, isto porque não possuem nenhum compromisso com a veracidade dos fatos e acabam atacando nominalmente diversas pessoas físicas, instituições ou até mesmo, e principalmente, a democracia.

O assunto foi tema do Giro Nordeste desta terça-feira, com entrevista de Natália Leal, diretora executiva da Agência Lupa, plataforma especializada em checagem de informações que atua para ajudar a população a combater as notícias falsas. A preocupação vai muito além destas eleições e deve se perpetuar por mais tempo, disse, segundo matéria assinada pela jornalista Ana Flávia Nóbrega, do jornal A União.

“A gente ainda vai estar discutindo isso na próxima eleição e acredito que a gente não vai deixar de discutir a desinformação e seus impactos tão cedo porque ela está muito presente no nosso cotidiano e faz parte de uma nova lógica comunicacional que é baseada, principalmente, nas redes sociais”, afirmou.

Para checar as informações, a Lupa tem uma metodologia inspirada em duas plataformas de facting check, ou checagem de fatos, segundo Natália Leal. O trabalho leva em consideração o que está sendo dito, por quem, qual a relevância e os impactos na sociedade.

“A gente consegue, com as ferramentas que a gente tem, monitorar várias contas em redes sociais, programas, falas que estão sendo feitas por diferentes agentes políticos, medir como essas falas impactam no debate público e identificar o que pode ser mais ou menos danoso, e aí a gente se concentra no que pode prejudicar mais a sociedade”, declarou.

No momento de eleição, essas notícias falsas aumentam em volume de produção e compartilhamento. No primeiro turno, a maioria das checagens teve como foco principal a defesa da democracia sob a perspectiva de defender o sistema de votação dos sucessivos ataques. “Agora, na campanha eleitoral, a gente estava muito focado na lisura no processo eleitoral com fatos que não estavam acontecendo e sendo disseminados por campanhas, que as urnas já tinham votos… Todas essas coisas que prejudicam muito o ambiente democrático, a gente se concentra, desmente e distribui de várias maneiras para atingir o maior número possível de pessoas”, explicou Natália Leal.

Com a perspectiva de seguir lidando com as notícias falsas, a diretora lembra que a sociedade precisa estar sempre alerta.

“O que a gente não pode mais é baixar a guarda, é permitir que esse discurso falacioso com narrativas distorcidas e teorias conspiratórias voltem a tomar palco e mediar o debate público porque isso é muito nocivo para a sociedade e para a democracia”, ressaltou Natália Leal.

Via jornal A União

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