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Marcha da Negritude Unificada será realizada segunda-feira, 13, em João Pessoa

Com o tema “Desconstruindo o 13 de Maio: Abolição Sem Reparação não é Abolição”, a Marcha da Negritude Unificada da Paraíba, realiza um ato de protesto e conscientização nesta segunda-feira , 13, a partir das 9h, no Ponto de Cem Reis, em João Pessoa.

A manifestação faz parte do calendário anual temático do movimento, que desde o ano de 2020 busca desmistificar o engodo que envolve a assinatura da lei Áurea, ou Lei 3.353, que aboliu a escravidão no Brasil, em 1888.
” O protesto faz parte da agenda propositiva para conscientização da população negra sobre os mitos relacionados ao protagonismo da princesa Isabel e evidência à resistência do povo negro como responsável pela luta que resultou na assinatura da lei, que acabou com a escravidão, mas não tornou a vida das pessoas negras melhor depois disso” explica Leonardo Silva, membro da executiva da Marcha.

Ele acrescenta que a luta pela desconstrução, remete a uma técnica de análise que mostra como é constituído um elemento da cultura/ história socialmente relevante. “Dessa forma, a desconstrução serve para trazer à tona a memória dos acontecimentos relevantes que levaram ao fim da escravidão no Brasil como as revoltas das senzalas, as rebeliões populares, a pressão dos quilombos e finalmente, no meio político da época que resultou na Lei Áurea”, acrescenta.

A militante negra, Marli Soares, também da Executiva da Marcha, destaca as relações raciais no Brasil, que segundo ela, são marcadas por profundas desigualdades. ” Vale destacar que ainda se faz necessário mencionar a questão racial porque essa ainda é uma questão determinante para as relações individuais, subjetivas, institucionais e estruturais” , avalia.

Marli lembra que no contexto social, a divisão de classe é latente no Brasil. “De um lado, a branquitude impregnada de privilégios, por outro lado, as pessoas negras vivenciando os piores indicadores”, critica ela.
Por essa razão, segundo Marli, se faz necessário desconstruir o 13 de Maio. “Para que possamos desenvolver estratégias para enfrentar a problemática do racismo”, reage a militante.

A pauta do ato político e cívico, conta com a intervenção de outros movimentos e atividades educativas, com contação de estórias e performances.

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