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Crise humanitária na Amazônia: ribeirinhos enfrentam abandono durante a seca

Ribeirinhos no Amazonas enfrentam sérios problemas devido à falta de assistência durante a seca. Moradores de comunidades ribeirinhas e flutuantes no Rio Negro denunciam o “abandono” por parte das autoridades locais e estaduais, evidenciando carências como a ausência de cestas básicas, acesso à água potável e energia elétrica. Relatos indicam que alguns residentes enfrentam dificuldades para se alimentar, chegando a passar fome, e encontram obstáculos para se deslocar às áreas urbanas em busca de alimentos e cuidados médicos.

Na região conhecida como ilhas, do lado oposto da ponte Jornalista Phelippe Daou, famílias que vivem em flutuantes encalhados estão privadas de serviços básicos, como energia elétrica e água, e não recebem as cestas básicas prometidas pelas autoridades municipais e estaduais. Comerciantes, como Francisco Aldir Ferreira, relatam a falta de água encanada e a entrega inadequada de cestas básicas, evidenciando a luta diária pela sobrevivência.

A situação se agrava em localidades como Ilha Iranduba, Ponta da Piraíba e Alagadiço, onde a falta de energia e acesso à água potável impõe aos moradores caminhadas exaustivas pelo leito lamacento do Rio Negro. Pescadores, como Adriano Rodrigues, enfrentam dificuldades para obter água, dependendo de cacimbas em ilhas distantes, enquanto aguardam a perspectiva de desencalhar seus flutuantes apenas em janeiro.

A ausência de apoio do poder público é criticada, com relatos de apenas uma entrega de cestas básicas em algumas comunidades. A população destaca a necessidade de construção de moradias para quem vive em flutuantes, buscando chamar a atenção das autoridades locais e estaduais para a realidade crítica que enfrentam.

Em Manaus, comunidades como Tarumã-mirim vivenciam problemas semelhantes, com dificuldades de deslocamento e escassez de cestas básicas. A comunidade Nossa Senhora de Fátima, formada por cerca de duas mil pessoas, recebeu apenas uma entrega de cestas básicas em outubro, evidenciando a falta de suporte governamental. Moradores, como Lázaro Furtado de Santos, apontam a necessidade de uma estrada asfaltada para facilitar o acesso à zona urbana.

A prefeitura de Manaus informa sobre ações da Operação Estiagem, fornecendo ajuda humanitária a diversas comunidades ribeirinhas, mas a população destaca a necessidade de apoio contínuo e de ações efetivas para enfrentar a grave crise causada pela seca. O governo estadual ainda não se pronunciou sobre a situação.

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