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APL homenageia, nesta quinta, imortais que completariam 100 anos em 2023

A Academia Paraibana de Letras (APL) completa, hoje, 82 anos de existência. No intuito de marcar o transcurso dessa data, a instituição realiza, a partir das 17h, no Centro Cultural São Francisco, em João Pessoa, um ato ecumênico de ação de graças e uma sessão solene em homenagem à memória de seis acadêmicos imortais que estariam completando 100 anos em 2023, os quais são José Gláucio Veiga, Joacil de Brito Pereira, Milton Ferreira de Paiva, Waldemar Bispo Duarte, Carlos Augusto Romero e Odilon Ribeiro Coutinho.

A programação será iniciada com a celebração do ato ecumênico. Na sequência, os seis acadêmicos falecidos serão saudados por cada um dos atuais ocupantes das cadeiras, que são os seguintes: Roberto Cavalcanti (Carlos Romero); Marcos Cavalcanti (Joacil Pereira); José Mário (Odilon Ribeiro); Rui Leitão (Milton Paiva); José Nêumanne (Waldemar Duarte) e Maria das Graças Santiago (Gláucio Veiga).

“Nessa ocasião, eles deverão falar em homenagem à memória e sobre a obra de seus respectivos antecessores. O acadêmico Eitel Santiago é quem vai falar, em tom de agradecimento, representando os familiares de todos esses seis acadêmicos que morreram”, disse o presidente da APL, Ramalho Leite. “A APL é uma casa da memória. A imortalidade dos sócios consiste em não ser esquecida e compete aos sucessores contribuir para que a vida e obra desses saudosos acadêmicos sejam lembradas, até para o conhecimento das novas gerações”. O presidente também destacou a importância da instituição de 82 anos, que, em 1980, foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep), por sua relevância histórica para o estado.

“A APL veio a se consolidar na gestão de Oscar de Castro, que foi o primeiro sócio a ser eleito e presidiu a Academia por 25 anos, quando conseguiu um local em definitivo para abrigar a sede, localizada no Centro de João Pessoa. A APL tem contribuído, de forma perene, para a cultura e a memória da Paraíba e cada ocupante tem a obrigação de divulgar o seu anterior na cadeira”, disse o presidente da entidade.

Ramalho Leite falou sobre projetos que pretende implementar, durante este segundo semestre. “Estamos vendo, com a Secretaria de Estado de Educação da Paraíba, a continuidade do projeto A Academia vai às escolas, que começou no ano passado, quando realizamos curso interno com 100 professores de Português e Literatura, e atingimos cerca de três mil alunos de escolas públicas estaduais, para estimular o hábito da leitura, redação e divulgação dos autores paraibanos em sala de aula. Queremos aprimorar esse projeto e oferecer cinco oficinas envolvendo acadêmicos nas escolas”, disse Ramalho. Já no próximo mês, o presidente da APL informou que espera iniciar obras de melhorias para a sede.

“Os recursos federais, no valor de R$ 300 mil, conseguidos através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por iniciativa do então deputado federal Efraim Filho, já estão depositados e guardamos a aprovação do Iphan e Iphaep, por ser um imóvel tombado. Deveremos restaurar o teto, pintar todo o prédio, revisar todo o sistema elétrico e o de combate a incêndio, melhorar a acessibilidade para deficientes e idosos e, inclusive, tem previsão de instalar um elevador para o transporte do piso ao auditório da Academia. Quanto a projetos para 2024, ainda iremos definir, mas vamos dar continuidade à execução das oficinas com a Secretaria de Estado de Educação”, comentou o gestor.

Perfis

Waldemar Duarte nasceu na cidade de Uiraúna, e, entre outros cargos, foi diretor do Arquivo Histórico da Paraíba. Recebeu a Medalha Augusto dos Anjos por relevantes serviços prestados à cultura paraibana. Ele foi empossado na APL no dia 27 de dezembro de 1991. Duarte foi jornalista, crítico literário, articulista, cronista, pesquisador e redator dos jornais A União e O Norte, além de diretor na segunda fase da revista Era Nova, tendo publicado, entre outros trabalhos, O menestrel Virgínius da Gama e Melo; e Walfredo Rodrigues e a Cultura Paraibana.

Pessoense, o jurista Gláucio Veiga foi empossado na APL em 17 de agosto de 1978. Ele recebeu alguns prêmios, a exemplo do que lhe foi conferido pela Academia Pernambucana de Letras por Do conceito da realidade de Marcel Proust. É autor de vários livros escritos em Recife, onde morou a maior parte da vida, e filho de João Ribeiro da Veiga Pessoa Júnior (J. Veiga Jr.), que foi um dos 10 fundadores da Academia Paraibana de Letras. Também colaborou nos jornais do Recife e, em João Pessoa, no Correio das Artes e A União.

Potiguar, natural de Caicó, Joacil de Brito assumiu a sua cadeira na APL, da qual também foi presidente, em 15 de dezembro de 1972. Detentor do título de Cidadão das cidades de Bayeux, Alagoinha, João Pessoa, Teixeira e Guarabira, ele foi autor, entre outras obras, de José Américo de Almeida: a saga de uma vida; A vida e o tempo (trilogia de memórias); e A vida e o tempo (perfis).

Nascido em Alagoa Nova, Carlos Romero assumiu a cadeira na APL em 26 de junho de 1961. Além de ter sido um dos fundadores da Orquestra Sinfônica da Paraíba, manteve programas de música erudita na Rádio Tabajara, da qual foi presidente. Além de advogado, ingressou no jornalismo escrevendo para A União, em 1945, e dirigiu o Correio das Artes. Milton Ferreira de Paiva nasceu em Pilar e possuía cursos de Direito, Filosofia e especialização em Linguística, tendo estagiado na Universidade de Coimbra, em Portugal. Exerceu diversos cargos, como o de diretor do Liceu Paraibano e reitor da UFPB.

Odilon Ribeiro Coutinho nasceu em Santa Rita, foi escritor, crítico literário, empresário político e sociólogo. Estudioso e pesquisador, ele assumiu a cadeira na APL em 22 de julho de 1994.

Foto: imagens de Joacil de Brito e Gláucio Veiga/Reprodução

Texto de Guilherme Cabral para o Jornal A União

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