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Um chute nas quatro linhas da Constituição

“Bolsonaro jura que nunca pretendeu sair das quatro linhas da Constituição e que nada teve a ver com as invasões do dia 8 de janeiro. Acreditando-se nisso, a manifestação do domingo será um teste para que ele se qualifique. Poderá reaparecer como um líder político, ainda que inelegível, ou como um incitador de desordens, um enamorado pelo Apocalipse”.

Essa análise é parte do artigo de Elio Gaspari na Folha de S. Paulo. O próximo domingo é, sem dúvida, mais uma das tentativas de Bolsonaro e seus seguidores de tentar se impor acima das normas constitucionais e do bom senso. Querem mostrar força, mesmo fora do poder. Impor medo. De quê?

Afinal, qual o objetivo prático dessa manifestação?

Vem Michelle Bolsonaro e diz que é uma “grande manifestação pela democracia”.

Oi?

Organizadores e participantes, ainda que distorçam o discurso e neguem intenções golpistas, estarão, de fato, protestando contra a Justiça diante de uma tentativa de crime: acabar com a democracia, promover um golpe de estado – e para conter criminosos existe a Justiça. Não há o que contestar: serão golpistas fanáticos nas ruas.

Enfim, o discurso das quatro linhas da Constituição veio abaixo, e a manifestação é mais uma prova disso.

Gaspari enumera duas cenas: Bolsonaro reaparecendo como líder político ou como incitador de desordens.

Pode até ser, mas, pelo histórico de suas ações, discursos e movimentações na política, duvido que ele reapareça como líder de fato. Será, como sempre foi, um incitador de desordens, um golpista inflamado, um industrial das fake news, um tresloucado.

Aguardemos para ver no que vai dar essa manifestação.

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