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Primavera chega com tempo mais seco e riscos de alergias

A estação mais bela do ano – a primavera – começa hoje, marcando o final do inverno. Embora não tenhamos estações bem definidas por aqui pelo Nordeste, sempre há alterações com a transição das estações. Agora, por exemplo, o tempo fica mais seco, com poucas chuvas e dias mais longos. A chegada da primavera pode também interferir na saúde, provocando aumento das alergias e problemas respiratórios. Por isso, são necessários alguns cuidados como forma de prevenção.

O otorrino paraibano Marcus Sodré observa que a primavera traz uma satisfação às pessoas de estar saindo da época de inverno, período de mais chuvas, entrando agora numa estação um pouco mais agradável. Ele lembra que, junto com o embelezamento da cidade com as flores que abrem, a estação traz também alguns riscos, principalmente para quem tem problemas respiratórios, no que se refere à polinização e à umidade do ar que, dependendo do local do Brasil, deixa um ar seco e
muita ventilação.

“Nós temos visto bastante ventilação aqui na nossa capital o que, associado à liberação do pólen das flores, devido à questão do reino vegetal, que fica numa fase de polinização, também irrita aqueles mais sensíveis”, ressalta. O médico constata que grande parte da população tem rinite, alergia respiratória, asma, bronquite e, nessa fase, fica mais suscetível, mais frágil a pegar essas doenças ou a ter crises de doenças que já tem. “Muitas vezes, o paciente já está fragilizado, com a imunidade em baixa devido ao inverno, por ter ficado mais fechado em casa, quartos mais úmidos, com mofo, com fungos e, quando começa a ventilação, que vai espalhar mais isso, o paciente já está com a mucosa nasal mais irritada”, pontua.

Na transição do inverno para a primavera há um choque de realidades e, para algumas pessoas, a mudança de estação traz uma série de sintomas que podem ser oculares, ou seja, olhos com vermelhidão ou coceira com irritabilidade, causando uma conjuntivite, muitas vezes alérgica e, de tanto coçar, também traumática. Começa coçando e vai ficando com o olho vermelho.

Marcus Sodré acrescenta as crises de garganta, faringites, que podem ser por essa série de motivos. “Mas, eu destaco um que é quando o nariz fica mais entupido nos quadros de rinite, o paciente começa a utilizar mais a boca para respirar.

As crises de garganta também podem ser alérgicas, irritativas. Vem o pigarro, uma sensação de ardor, de irritação. Alguns casos passam a ter rouquidão em associação”.
No nariz, como explica o especialista, há as rinites e as sinusites. As rinites trazem coriza, obstrução, espirros, coceira nasal. Ele diz que em determinado grupo de pacientes, o quadro será tão exacerbado que facilita a entrada das bactérias, que se aproveitam e causam a sinusite. Nesse caso, ocorre uma inflamação nos seios da face
em associação com as rinites chamadas também de rinossinusites agudas que podem ser alérgicas, fúngicas ou bacterianas. Esses quadros são os mais comuns.

Na asma e na bronquite, chega a um nível de irritação que o paciente passa a ter um fôlego curto, um chiado, tosse que começa seca e, se passar para uma pneumonia, passa a ser produtiva, e também com rouquidão. Nas crianças, em alguns casos, começa a dor de ouvido porque a secreção que se acumula nos seios da face atinge o ouvido. As otites são secundárias ao processo. Conjuntivite é patologia típica nessa transição

Existe uma resposta geral, que serve para todas as alergias, e uma específica para cada caso. Quando há problema no olho, são acrescentados os colírios. Quando estiver com infecção de bactéria, os antibióticos. Na rinite, espirrando e coçando, os antialérgicos. O tratamento vai ser de acordo com a necessidade e o órgão atingido. De uma  forma geral, Marcus Sodré orienta que é preciso melhorar a ventilação da casa; não passar a vassoura e sim, pano úmido; cuidar para que a luz do sol entre para diminuir  os ácaros e fungos; as roupas que estavam guardadas devem ser colocadas um pouco mais no sol de forma a melhorar essa esterilização.

Cada alergia tem um tratamento específico.

Doenças e cuidados
• Doenças mais comuns
– Rinite
– Sinusite
– Bronquite
– Asma
– Conjuntivite
– Otites
• Cuidados dentro de casa
– Reduzir umidade
– Retirar o pó
– Evitar ventilador direcionado para
a cabeça
– Dormir sem estar de frente à janela para evitar choque com o vento frio, o que pode piorar o quadro
– Cuidados com pelos de animais em casa
– Utilizar aspirador no piso, colchão, sofá
• Orientações
– Esteja sempre com sua garrafa de água ou chá
– Use máscara de tecido em ambientes com poeira (bibliotecas, com ar condicionado muito frio, tapetes, grande movimentação de pessoas, produtos químicos e de  limpeza)
– A alimentação deve considerar a tendência da pessoa, se tem alergia a glúten, lactose, amendoim, abacaxi, cacau, chocolate, deve ser o mais saudável e natural possível.  Mais alimentos de panela e menos comida processada.
– Atividade física é essencial.

Lucilene Meireles, para o Jornal A União

Foto de Dung Le Tien/Pexels

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