Gisa Veiga

O incerto destino do PL na Paraíba e no Brasil

O Partido Liberal passa por uma crise sem precedentes após ser alçado à condição de golpista, ter o seu presidente nacional, Valdemar da Costa Netto, preso (e em seguida solto em razão da idade) e ter o ex-presidente Jair Bolsonaro se tornado inelegível e com risco de também ir parar atrás das grades.

O PL começa a escantear pré-candidatos envolvidos até o pescoço com a tentativa de golpe, perdendo força, embora o bolsonarismo esteja vivíssimo.

Não deverá haver troca de candidato em João Pessoa. Afinal, o ex-ministro Marcelo Queiroga – pelo menos até agora – não é um alvo direto da PF. No entanto, se já é um pré-candidato fraco, apesar de Bolsonaro, poderá se tornar mais ainda, agora. O partido na Paraíba já passa por uma grande crise, com membros se digladiando e rejeitando o nome de Queiroga. Vai haver baixas. E não há nada ruim na legenda que não possa piorar.

Em outros estados, como São Paulo, sente-se mais fortemente os efeitos das investigações policiais. O candidato à reeleição na maior cidade do país, representante da extrema-direita, Ricardo Nunes (MDB), esperava a definição de um candidato a vice-prefeito vindo do PL, mas agora evitar tocar no assunto com a imprensa e nada responde sobre suas pretensões de formar chapa com o partido do ex-presidente inelegível. Parece que quer esquecer esse assunto. Ora, vejam, logo ele que já considerou Bolsonaro “um democrata”.

O PL, assim, começa a perder forças, com Bolsonaro perto da cadeia e, evidentemente, sem mais tanta firmeza para comandar campanhas nos municípios. É visto como o partido que quis – ou ainda quer? – acabar com a democracia. Está “queimado”, embora não morto – ainda. Faz de conta de que não é nada grave, mas, como disse o jornalista Josias de Souza, o partido passa por uma “hecatombe”. Fato.

O deputado estadual Wallber Virgolino não acredita numa derrocada do PL. “O partido mais forte do Brasil não pode desaparecer. Na verdade, querem desaparecer com o PL. Lula e o PT percebem a força e a popularidade de Bolsonaro e, sobretudo, do PL. Aí vem com esse jogo sórdido visando desestabilizar o PL, mas não vão conseguir”, disse ele ao Jampa News.

Lula e o PT nada investigam, é bom esclarecer. O “jogo sórdido”, então, seria da Polícia Federal. É bom que fique claro: o caso não é político, é policial e judicial. Ponto.

O ex-candidato a governador pelo PL, Nilvan Ferreira, rifado dentro de seu próprio partido, preferiu não tecer comentários sobre a crise do PL, já que, mais cedo ou mais tarde, vai se desfiliar da agremiação.

Já o contato com o deputado federal Cabo Gilberto não foi possível. Tentamos contato através do telefone 98814-3299.

Os membros do partido, no âmbito nacional, articularam um crime, que, felizmente, não prevaleceu: um golpe de Estado, um golpe à democracia. Enfim, acabar com a liberdade que eles dizem tanto defender.

E as manobras golpistas continuam, com o chamamento de uma manifestação na Avenida Paulista contra a operação da PF, que os bolsonaristas consideram “vingança” – oi? Eles tramam um crime e a investigação é vingança? -, “perseguição”, “manobra do PT” e outros blablablás.

Não seria uma manobra criminosa? Afinal, eles estão defendendo não apenas Bolsonaro, mas o golpismo que ele prega e pelo qual está sendo investigado.

Estão começando a banalizar esse tipo de crime.

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