ColunasGisa Veiga

Minhas boas amigas

À medida que os anos avançam, é normal se fazer uma avaliação geral de nossas vidas. O que construímos, que legado deixaremos para nossos filhos, que amizades sobreviveram etc.

Vou focar nas amizades. Às vezes olho à minha volta e me pergunto por que não dedicamos mais atenção às nossas verdadeiras amizades, que com o passar dos anos se tornam tão raras? Por que nos acomodamos com mensagens de celular? Por que não um café, um almoço de vez em quando? Encontros reais, desinteressados de qualquer coisa que não seja o saudável cultivo dessa relação.

Na infância, é muito fácil convergir interesses e até gostos. Temos amigas do tipo inseparáveis – brincamos juntas, saímos juntas, estudamos juntas. Na vida adulta, cada uma escolhe uma profissão, um modo de vida diferente, algumas se casam cedo e já não somos tão inseparáveis assim.

Sinto saudades de minhas amigas do tipo “grude”. Taísa, uma delas, com quem retomei um contato mais direto após anos de hiato, está em todas as minhas gostosas lembranças de infância e adolescência. Crescemos juntas, compartilhamos nossas dores, alegrias e descobertas. Outro dia viajamos juntas e parecia que estivemos todos esses anos tão próximas quanto antes. Sabe aquela amiga com quem você não mede palavras e fica totalmente descontraída na sua presença? É desse jeito.

Uma outra amiga de infância, comum a nós duas, morreu de Covid-19, dada a demora na chegada das vacinas. Dulce era seu nome. Nós três tivemos uma incrível relação de amizade na infância e juventude. Como era bom!

Da esquerda para a direita: eu, Taisa, (esqueci o nome da terceira, que se juntou ao grupo por convite de Dulce) e Dulce. Bloquinho de carnaval no Clube Cabo Branco

Foquei nessas amizades formadas no início de minha vida social, citando nomes, porque são essas forjadas na inocência de criança que mais marcam nossa existência para sempre. Lá estão elas em fotos, em recordações, em conversas com outros grupos. São a partir delas que ampliamos nossas futuras relações.

Não vou citar mais nomes, para não desmerecer as que, embora não tão próximas ou antigas, tiveram ou ainda têm grande importância para mim, em diferentes fases da vida. Amizades maravilhosas que fiz na fase adulta – de faculdade, de profissão, da fé, do acaso… as amigas pontuais, que surgem e se vão, mas sempre deixando bons motivos para se acreditar no ser humano. Vou citar apenas duas que já se foram: Lena e Carol Torres.

É, a nostalgia me pegou de jeito.

Não esqueçam as presenças marcantes em suas vidas. As boas, apenas. Suas lembranças dão leveza à nossa existência.

Amiga de verdade é amiga para sempre. A cada uma das poucas amigas mais próximas que tive e tenho peço perdão por minhas ausências. De cada uma ganhei conforto, compreensão, ensinamentos. Mas saibam que, nessas avaliações que às vezes faço, vocês são uma parte especial e inesquecível. Sempre.

Best friends forever!

 

 

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