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Glória Maria morre aos 73 anos vítima de câncer

Morreu na manhã desta quinta-feira (2), aos 73 anos, a jornalista Glória Maria, vítima de um câncer. A informação foi confirmada pela TV Globo em nota enviada à imprensa. Segundo a emissora, o tratamento que Glória fazia para combater as metástases que existiam em seu cérebro deixaram de fazer efeito nos últimos dias. (via Folha de S. Paulo)

Após superar um tumor no cérebro em 2019, Glória Maria voltou a enfrentar o câncer no final do ano passado, desta vez no pulmão. Em novembro, a Globo informou que ela estava afastada da TV para tratar da saúde, mas alegou que isso fazia parte do tratamento contra o tumor cerebral.

A idade a ela atribuída era de 73 anos, mas Glória nunca confirmou. Em entrevista a Mano Brown no podcast Mano a Mano, disse que gostava de driblar a curiosidade das pessoas. “Não tem dados para provar e eu invento. Lá atrás ninguém vai conseguir bater lé com cré porque eu confundi tanto que ninguém vai conseguir fazer a conta. E não é para esconder. É questão de cultura familiar.”

Por isso, ao apresentar a nova Ferrari de Ronaldo Fenômeno em reportagem para o Fantástico, não fingia que aquela situação era normal. Exibia, sem pudor, o deslumbramento que qualquer um teria ao entrar no carro com o notório craque.

Tampouco fazia questão de disfarçar a alegria de ser enlaçada pelos braços de Julio Iglesias para um breve passo de dança ou a comoção de atender ao pedido de Roberto Carlos por um beijo. “Isso só eu tenho”, disse, após oferecer o rosto ao Rei.

Situações como essa faziam com que Glória viralizasse muito antes que esse termo existisse. Ela viralizou de fato em 2016, quando fumou maconha diante das câmeras, em reportagem para mostrar o ritual de fumar “a ganja” na Jamaica. “Eu não sabia o que era. O rei lá do negócio queria que eu caísse, mas não caí. Puxei duas vezes e não caí”, disse no Roda Viva, em março do ano passado.

Primeira pessoa negra a conquistar espaço diante das câmeras no telejornalismo brasileiro, Glória foi pioneira como mulher na cobertura de guerra e rompeu a hegemonia branca também na apresentação de programas na principal emissora de TV do país.

Glória comandou o Fantástico e, mais tarde, o Globo Repórter. Como repórter, viajou por mais de 100 países. Cobriu a Guerra das Malvinas e a invasão na embaixada brasileira no Peru por um grupo de terroristas, os Jogos Olímpicos de Atlanta e a Copa do Mundo na França em 1998.

Entrevistou celebridades como Michael Jackson, Leonado Di Caprio, Madonna, Harrison Ford, Nicole Kidman, e viajou com Paulo Coelho pela ferrovia transiberiana até Moscou.

Glória namorou José Roberto Marinho, filho caçula de Roberto Marinho, fundador da Globo, com quem morou, ainda jovem. O jornalista Leonêncio Nossa relata, na biografia “Roberto Marinho – O Poder Está no Ar”, o preconceito que ela enfrentava ao entrar com ele no Country Clube, no Rio de Janeiro, ambiente da alta sociedade carioca.

“Glória marcou a sua carreira como uma das mais talentosas profissionais do jornalismo brasileiro, deixando um legado de realizações, exemplos e pioneirismos para a Globo e seus profissionais”, diz a nota da Globo.

Glória deixa duas filhas adolescentes, que adotou ainda crianças, Laura e Maria.

Foto da capa: Estevam Avellar/TV Globo/Divulgação

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