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“Fui traído”, desabafa arcebispo Dom Manoel Delson, sobre padre Egídio de Carvalho

Traído e envergonhado. É assim que se sente o arcebispo metropolitano Dom Manoel Delson sobre o escândalo no Hospital Padre Zé, tendo como pivô o ex-diretor da instituição, padre Egídio de Carvalho, que está sendo investigado pelo Gaeco por desvio de dinheiro em proveito próprio. “Eu fui traído”, completou. O padre ficou 12 anos à frente da direção do hospital.

O desabafo foi feito na manhã desta terça-feira, durante entrevista coletiva à imprensa. O arcebispo se disse surpreso com o resultado de uma gestão que ele julgava positiva, tendo em vista que aparentemente não havia atraso de pagamentos ou falta de medicamentos, por exemplo. No entanto, ficou “chocado” com os verdadeiros números e os desvios de dinheiro. O saldo deixado pelo ex-diretor foi um rombo surpreendente: uma dívida com fornecedores de quase R$ 3 milhões, além de dois empréstimos bancários num total de R$ 13 milhões, segundo as informações do padre George Batista, atual diretor, que também participou da coletiva, além do padre Luiz Júnior, secretário-executivo de Ação Social Arquidiocesana.

“Para onde foi todo esse dinheiro?”, questionou o atual diretor. O primeiro empréstimo foi feito no ano passado junto à Caixa, no valor aproximado de R$ 600 mil, e o segundo foi junto ao Santander em junho deste ano, algo em torno de R$ 12,3 milhões. Ele disse que ainda não tem essa informação, mas acredita que a Força-Tarefa dará essa resposta “no tempo devido”.

O furto dos celulares doados pela Receita Federal foi apenas a ponta do iceberg do rombo na instituição. O arcebispo está preocupado com um possível descrédito das ações do Hospital Padre Zé perante a sociedade, já que recebe doações não apenas dos poderes públicos, mas também de particulares. “O Hospital Padre Zé não é uma obra que pertence à Arquidiocese, ele pertence à cidade de João Pessoa e ao
estado da Paraíba”, comentou o arcebispo.

A queda de donativos, no entanto, é, atualmente, a segunda preocupação. A primeira é “estancar a sangria” de recursos, conforme o atual diretor afirmou, afastando todos os envolvidos nos desvios e colaborando com as investigações das autoridades.

“Sinto uma tristeza muito grande”, disse o arcebispo aos repórteres.

 

Da redação

Foto: Reprodução

 

 

 

 

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