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Consórcio NE rechaça “guerra” entre regiões proposta por Zema

O presidente do Consórcio Nordeste, governador João Azevêdo (PSB), lançou nota oficial da entidade rebatendo o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, em entrevista publicada no jornal O Estado de São Paulo no último dia 5, que deixa nas entrelinhas um teor separatista ao defender um movimento de tensionamento do Sul/Sudeste com o Norte/Nordeste.

Para Azevêdo, esse movimento é preocupante, uma vez que, em nenhum momento, houve intenção de separatismo na criação do Consórcio Nordeste. “O Consórcio Nordeste imediatamente anuncia em seu slogan que é uma expressão de ‘O Brasil que cresce unido’. Enquanto Norte e Nordeste apostam no fortalecimento do projeto de um Brasil democrático, inclusivo e, portanto, de união e reconstrução, a referida entrevista parece aprofundar a lógica de um país subalterno, dividido e desigual. Já passou da hora do Brasil enxergar o Nordeste como uma região capaz de ser parte ativa do alavancamento do crescimento econômico do país e, assim, contribuir ativamente com a redução das desigualdades regionais, econômicas e sociais”, enfatiza a nota do Consórcio Nordeste.

Diz mais: “O Consórcio Nordeste, assim como o da Amazônia Legal, valendo-se da profunda identidade regional, cultural e histórica, foram criados com o objetivo de fortalecer essas regiões, unindo os estados em torno da cooperação e compartilhamento de melhores práticas e soluções de problemas comuns, buscando contribuir com o desenvolvimento sustentável e a mitigação de nossas desigualdadesregionais. É importante reafirmar que a união regional dos estados Nordeste e, também, os do Norte, não representa uma guerra contra os demais estados da federação, mas uma maneira de compensar, pela organização regional, as desigualdades históricas de oportunidades de desenvolvimento. Nesse contexto, indicar uma guerra entre regiões significa não apenas não compreender as desigualdades de um país de proporções continentais, mas, ao mesmo tempo, sugere querer mantê-las, mantendo, com isso, a mesma forma de governança que caracterizou essas desigualdades”.

Diz ainda que a união dos estados do Sul e Sudeste num Consórcio interfederativo pode representar um avanço
na consolidação de um novo arranjo federativo no país. “Esse avanço, porém, só vai se dar na medida em que todos apostarmos num Brasil que combate sua desigualdades, respeita as diversidades, aposta na
sustentabilidade e acredita no seu povo. Assim, nós, governadoras e governadores da Região Nordeste, além de defendermos um Brasil cada vez mais forte e próspero, apelamos pela união nacional em torno da reconstituição de áreas estratégicas para o nosso país, a exemplo da economia, segurança pública, educação, saúde e infraestrutura”.

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