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Casos suspeitos de Monkeypox na Paraíba crescem 34% em uma semana

Com rápida disseminação no mundo, a Monkeypox, popularmente conhecida como a varíola dos macacos, já atingiu 92 países, provocando 35 mil diagnósticos positivos para a doença e 12 falecimentos em decorrência do agravamento da doença. De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil aparece entre os países com alerta para tendências preocupantes de crescimento de casos. Ainda sem vacina e com diagnóstico demorado, o país possui 3.359 casos confirmados até a noite de quarta-feira, segundo dados do Ministério da Saúde, e mais de 4 mil casos suspeitos que estão em investigação. Com a disseminação acelerada, o Brasil ultrapassou a Alemanha, com 3.212 casos, e tornou-se o 3º país no mundo com o maior número de registros, ficando atrás apenas de Estados Unidos e Espanha.

Na Paraíba, seguindo a tendência nacional, os casos suspeitos apontam para escalada. Em uma semana, o Estado saiu de 35 notificações de casos em investigação para o montante de 47, confirmando o crescimento de 34,28%. No entanto, apenas um caso foi confirmado até o momento, informado no dia 4 de agosto. Nesta sexta-feira, o boletim diário da Secretaria de Estado da Saúde (SES), informou que 13 casos que estavam em investigação foram descartados, chegando ao montante total de 17 descartes, 39 casos em investigação e 57 notificações totais.

Ainda de acordo com o boletim diário, a Paraíba tem 20 cidades com casos em investigação. João Pessoa concentra a maioria, com 18 registros em investigação, 10 casos descartados e o primeiro caso confirmado.

Além da capital, apresentam casos em investigação os municípios de  Campina Grande (com três casos); Santa Rita, Gurinhém, Ingá, Monteiro e Nova Palmeira (dois casos cada); Araçagi, Coremas, Lagoa Seca, Mamanguape, Massaranduba, Mogeiro, Rio Tinto e Soledade (um caso cada). Sousa, Cruz do Espírito Santo, Mulungu, São João do Cariri tiveram um descarte de caso suspeito cada. Santa Rita registrou dois descartes.

As amostras de todos os pacientes são enviadas pelo Lacen-PB para o laboratório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Em função da alta carga de casos suspeitos no Brasil, o diagnóstico é postergado.

A maioria dos pacientes têm entre 20 a 39 anos, com 18 registros em investigação e onze descartados. Cinco casos em crianças de zero a nove anos estão em investigação, além de oito entre pessoas de 10 a 19 anos, com um descarte. Entre o público de 40 a 49, são investigados seis casos e já foram descartados seis. Além disso, de 50 a 59 anos são investigados dois casos, com outros dois já descartados.

O quadro de acometimento dos pacientes não foi informado pela SES. Até a semana anterior, a pasta informou que a maioria dos pacientes apresentavam sintomas leves e estavam mantidos em isolamento domiciliar com acompanhamento das vigilâncias epidemiológicas municipais, sem necessidade de internação.

A doença e cuidados

A Varíola dos Macacos é uma doença viral transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada, seja por gotículas, contato físico com lesões na pele ou com o vírus instalado em alguma superfície, como toalhas e outros objetos compartilhados. A SES recomenda o uso de máscaras, manter o distanciamento e higienizar as mãos sempre que possível para evitar o contágio.

Através das redes sociais, o infectologista Fernando Chagas alertou para sintomas diferentes de Monkeypox.

“No surto atual, os sintomas estão diferentes do que se conhecia. Antes, nas regiões endêmicas, os maiores sinais da doença era febre, mal-estar, inchaço nos gânglios, dor de cabeça e várias lesões na pele do paciente, principalmente no rosto, na palma das mãos e na sola dos pés. No surto atual, o que mais e vê é febre, mal-estar, poucas lesões ou apenas uma, frequentemente na região íntima que podem parecer com espinhas ou herpes simples”, declarou o médico.

A diferença nos sintomas pode fazer com que os pacientes não se atentem aos sinais, confundam ou ignorem o quadro e, com isso, acabam transmitindo para mais pessoas. Segundo Fernando Chagas, a mudança com sintomas mais fracos se deve à circulação de um subtipo do vírus que causa um quadro menos agressivo da doença.

“A notícia é ótima, mas também quer dizer que precisamos ficar atentos a qualquer sinal suspeito, principalmente se houve contato com alguém que foi diagnosticado com a doença”, finalizou o infectologista.

Para quem apresentar sintomas, o atendimento primário deverá ser realizado em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou Unidades Básicas de Saúde (UBS), onde também serão coletadas amostras para o diagnóstico. Outros sintomas mais comuns são dores musculares, dor nas costas, calafrios e exaustão.

Por Ana Flávia Nóbrega

TRANSCRITO DO JORNAL A UNIÃO

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