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Briga entre amigos acaba em morte

Um eleitor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em depoimento à polícia, que esfaqueou o amigo até a morte em legítima defesa dentro da casa onde moravam. O eletricista Luiz Antonio Ferreira da Silva, 42 anos, disse à Polícia Civil que o desentendimento começou depois que a vítima afirmou, enquanto almoçavam, que todos os petistas eram ladrões.

O corpo da vítima será submetido a perícia. O delegado Arilson Brandão diz que o crime teve motivação política. Segundo ele, o autor do crime disse em depoimento que estava arrependido. O acusado alega que cometeu o crime de cabeça quente, disse o delegado.

OUTROS ASSASSINATOS COM POSSÍVEL MOTIVAÇÃO POLÍTICAS NESTE ANO

– 9 de julho – apoiador de Bolsonaro, o policial penal Jorge Guaranho invadiu uma festa para matar o guarda municipal Marcelo Arruda, que comemorava o aniversário de 50 anos com uma festa alusiva ao PT em Foz do Iguaçu (PR).

– 7 de setembro – o bolsonarista Rafael Silva de Oliveira matou a facadas Benedito Cardoso dos Santos na zona rural de Confresa (MT). Em depoimento, ele disse que o crime foi motivado após uma discussão sobre política.

– 24 de setembro – em Cascavel (CE), um bolsonarista matou um eleitor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com uma facada após entrar em um bar questionando quem votaria no petista, segundo testemunhas.

– 24 de setembro – em Rio do Sul (SC), um homem com camisa com menção ao presidente Jair Bolsonaro (PL) morreu esfaqueado também em um bar. Os autores dos assassinatos, que ocorreram no último sábado (24), foram presos.

– 26 de setembro – o motorista da candidata a deputada estadual Sabrina Veras (MDB-CE) foi morto a tiros durante um evento político em Fortaleza, capital cearense. Em comunicado, a equipe da candidata diz que a equipe foi vítima de violência no ato.

POLARIZAÇÃO AGRAVA VIOLÊNCIA POLÍTICA

O cientista político Paulo Baí, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) a atribui esse cenário de escalada de violência política à polarização da disputa entre Lula e Bolsonaro, no segundo turno da eleição presidencial.

“Eleições municipais costumam ser violentas, com histórico de assassinatos em diversas regiões no país. Mas estamos vivendo a eleição presidencial mais tensa e violenta desde 1989. É um barril de pólvora que pode explodir a qualquer momento.”

“A violência política se concentrava na política local, com confrontos entre famílias e grupos rivais. Nestas eleições, a violência política ganhou uma roupagem ideológica, se apresentando como uma disputa entre direita e esquerda”, disse Mayra Goulart, doDepartamento de Ciência Política da UFRJ e coordenadora do Laboratório de Partidos e Política Comparada.

Medo de revelar voto O cenário de medo por causa da política foi retratado por um levantamento do Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e da Raps (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade), divulgado há três semanas.

Segundo o estudo, 7 em cada 10 pessoas dizem ter medo de ser agredidas em razão das suas escolhas políticas. O instituto ouviu 2.100 pessoas em cerca de 130 municípios entre 3 e 13 de agosto.

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