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Agricultores atendidos pela Prefeitura de João Pessoa comemoram colheita do milho

Os últimos dias têm sido de bastante trabalho na zona rural da Capital paraibana. Por lá, cerca de 50 famílias de agricultores estão empenhadas na colheita do milho, proveniente do plantio de quase uma tonelada de sementes doadas gratuitamente pela Prefeitura de João Pessoa, no último mês de abril. A doação aconteceu dentro do conjunto de ações do programa Eu Posso Semear, promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedest). Toda a produção já está sendo comercializada pelos próprios agricultores, aproveitando o aumento da procura devido às festividades juninas.

Este é o terceiro ano consecutivo que a Prefeitura doa sementes de milho aos agricultores assistidos pelo Eu Posso Semear. Famílias do Sítio Ponta de Gramame, Gramame, Engenho Velho, Bairro das Indústrias e Praia do Sol foram contempladas com a iniciativa, espalhando, assim, as plantações por toda a faixa rural do município.

“É com muita alegria que estamos acompanhando esta colheita. É garantia de fartura para quem vende, bem como para quem compra. E essa não é uma ação isolada do Eu Posso Semear. Durante todo o ano, o programa distribui sementes de diversas culturas para esses agricultores, que são acompanhados por nossos técnicos em todas as etapas de produção, inclusive no pós-venda. Tudo isso de forma gratuita”, explicou Vaulene Rodrigues, secretária de Desenvolvimento Econômico e Trabalho.

Colheita – A distribuição das sementes de milho, mais uma vez, está impactando a vida de muitos produtores rurais. Como Lindaci Maria da Silva, conhecida como Pana. Ela mora no Sítio Ponta de Gramame há 24 anos. Durante todo esse tempo, tira da agricultura o sustento da família. Nesta segunda-feira (19), ela começou a colher o milho que plantou. “Já veio gente atrás para comprar. Mas é na véspera de São João que a procura aumenta. Nem preciso sair daqui para vender. Já temos clientela certa”, contou.

Do roçado dela devem sair cerca de 35 mãos de milho. Cada uma delas será comercializada a R$50. “Recebemos não só as sementes de graça, como também todo o suporte para o corte de terra com tratores. Tudo fornecido pelo Eu Posso Semear. O dinheiro que iremos levantar com as vendas será todo nosso. É um extra que virá em boa hora”, acrescentou.

O produtor Joselito Severino dos Santos, conhecido como Doda, também tem comemorado o resultado da colheita. Para ele, a qualidade do milho está diretamente ligada à ótima procedência da semente. “Quem plantou, teve essa alegria aqui. É um milho doce, que a gente leva para a feira e o pessoal fica doido. Vende tudo num instante”, disse.

Ainda segundo ele, com a quantidade de sementes que recebeu da Prefeitura, será possível seguir plantando além do período junino. “Até outubro, teremos milho certo para colher. Então, é garantia de renda com isso aqui por, pelo menos, mais quatro meses”, acrescentou.

Sementes – Em 2023, os grãos doados pelo Eu Posso Semear foram desenvolvidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e são de um tipo híbrido de milho verde, o BRS 3046. Trata-se de uma variação superprecoce, que garante a colheita num prazo aproximado de 60 dias. Além disso, é uma planta bastante adaptada para as condições da região e resistente a vários tipos de doenças e pragas.

“Essas sementes são resultados de estudos da Embrapa, pensando nas comidas culturais para o período junino no Nordeste. É uma variedade de milho que produz mais massa, o que leva a render bem mais na produção de pamonha e canjica, por exemplo”, explicou Adriano Vasconcelos, diretor de Agricultura e Pesca da Sedest.

Além da qualidade da semente, Adriano explicou que a chuva foi fundamental para o sucesso da colheita. “Ela veio em volume ideal e no momento certo, justamente no intervalo que vai do plantio até a planta começar a colocar as espigas, permitindo, assim, a absorção dos macro e micronutrientes da terra”, explicou.

Fotos: Alysson Bernardo

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