Pressão americana e juros altos no Brasil derrubam dólar, que fecha a R$ 5,63
O dólar comercial caiu pelo oitavo dia seguido e fechou esta terça-feira (29) cotado a R$ 5,63, no menor patamar desde o início de abril. A desvalorização da moeda norte-americana reflete tanto fatores internos, como a manutenção dos juros altos no Brasil, quanto pressões externas — especialmente a articulação do governo dos Estados Unidos para enfraquecer o dólar e aliviar o impacto da dívida pública que vence ainda durante a gestão do presidente Donald Trump.
Segundo analistas, a Casa Branca está tentando forçar uma queda controlada da moeda como parte da estratégia fiscal. Nesta terça, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, anunciou que Trump pode assinar um decreto com alívio tarifário para fabricantes de automóveis, medida vista como uma tentativa de conter os efeitos da guerra comercial e suavizar o dólar frente a outras moedas.
Com isso, o dólar recuou 0,31% no dia e acumula queda de 1,31% em abril e de 8,88% em 2025.
No Brasil, a expectativa de que o Banco Central manterá a taxa Selic elevada também contribui para a valorização do real, já que os juros altos continuam atraindo capital estrangeiro. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, reforçou essa perspectiva ao afirmar que a inflação segue fora da meta.
A bolsa brasileira, por sua vez, teve um dia de cautela. O Ibovespa fechou praticamente estável, com leve alta de 0,06%, aos 135.093 pontos, em um movimento típico de realização de lucros por parte dos investidores.