Brasil aposta em data centers para impulsionar economia e atrair investimentos: tema central da missão de Haddad aos EUA
O governo brasileiro deu mais um passo estratégico para consolidar o país como um hub tecnológico global. O novo Plano Nacional para Estímulo aos Investimentos em Data Centers (centros de dados) será o tema principal da viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à Califórnia. Entre os dias 3 e 6 de maio, Haddad se reunirá com representantes de gigantes da tecnologia para apresentar a proposta e atrair novos aportes ao setor.
A missão internacional reforça a visão do governo de transformar o Brasil em um polo de infraestrutura digital sustentável. Com a alta proporção de energia renovável na matriz energética nacional, o país aposta em um diferencial competitivo relevante: oferecer às big techs condições para instalarem data centers com menor pegada de carbono, alinhando tecnologia e sustentabilidade.
O que são data centers e por que são estratégicos?
Data centers são instalações físicas projetadas para armazenar, processar e gerenciar grandes volumes de dados. Eles são essenciais para o funcionamento de serviços digitais como redes sociais, bancos, e-commerces, serviços de streaming e inteligência artificial.
Investir em infraestrutura de data centers dentro do Brasil traz benefícios diretos e indiretos:
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Redução de custos e riscos: Hospedar dados no país diminui a dependência de serviços internacionais e mitiga riscos geopolíticos e de segurança.
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Desenvolvimento econômico: Atração de investimentos gera empregos qualificados, movimenta a cadeia produtiva local e impulsiona a inovação tecnológica.
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Soberania digital: Fortalece a autonomia nacional sobre dados sensíveis e estratégicos.
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Melhoria da qualidade de serviços: Data centers próximos aos usuários garantem maior velocidade e estabilidade para aplicações e serviços online.
Atualmente, cerca de 60% da tecnologia da informação contratada pelo Brasil vem de fora, segundo Haddad. A nova política busca reverter esse cenário, incentivando a produção e o processamento local para evitar a constante remessa de dólares ao exterior e estimular o crescimento interno.
Encontros estratégicos com big techs
Durante sua estadia nos Estados Unidos, Haddad terá reuniões bilaterais com líderes de grandes empresas de tecnologia. Entre os encontros confirmados estão Google, Nvidia e Amazon, além de um painel no Instituto Milken, onde o ministro apresentará um panorama econômico do Brasil e destacará a nova política de estímulo ao setor.
No encontro com Jensen Huang, CEO da Nvidia – líder mundial em inteligência artificial e processamento gráfico – Haddad visitará as instalações da empresa para estreitar laços e abrir portas para investimentos em infraestrutura digital no Brasil.
Um projeto de desoneração para destravar investimentos
O governo brasileiro pretende enviar ao Congresso Nacional, nas próximas semanas, um projeto que desonera investimentos em bens de capital ligados a centros de dados. A ideia é tornar mais atraente o investimento em equipamentos e infraestrutura para data centers, reduzindo custos para empresas interessadas em expandir ou instalar operações no país.
Integração regional e visão de futuro
Depois dos compromissos nos Estados Unidos, Haddad seguirá para o México, onde o foco será aprofundar as relações bilaterais e debater desafios globais com o secretário da Fazenda mexicana, Edgar Amador Zamorra. A agenda reforça a estratégia de integração latino-americana diante dos desafios da globalização e transformação digital.
Conclusão
A aposta em data centers marca uma guinada importante na política econômica e tecnológica do Brasil. Além de atrair grandes investimentos, o movimento busca fortalecer a infraestrutura nacional, criar empregos de qualidade e consolidar o país como referência em tecnologia sustentável. A missão internacional de Fernando Haddad é um passo decisivo para colocar o Brasil no radar global como destino estratégico para inovação e desenvolvimento digital.