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Os 503 anos da Reforma Protestante

Neste dia 31 de outubro, é celebrado o aniversário dos 503 anos da Reforma Protestante. Apesar de muitas vezes ser lembrado como um movimento religioso, é preciso dizer que este marco histórico trouxe transformações muito profundas para o mundo, na época e até os dias de hoje, e que atingem diversas áreas da vida. De certa forma, refletir sobre a Reforma é também refletir sobre mudanças culturais, econômicas, educacionais e de convívio.

A história relata que, em 1517, Martinho Lutero, um monge alemão indignado com a exploração financeira da fé em sua época, afixou 95 teses na porta da Igreja de Wittemberg, na Alemanha, e este momento é conhecido como o período que deu início ao processo da Reforma Protestante.

As teses de Lutero não eram um “ataque” à fé, mas uma espécie de convite ao papa da época para dialogar sobre o que estava acontecendo com a Igreja. No entanto, não foi dessa forma que a atitude do monge foi vista, pois o papa se revoltou. A história mostra que a Igreja estava endividada e precisava de dinheiro, não querendo abrir mão do poder que tinha sobre o Estado e sobre o “comércio de perdão”. Não demorou muito para que as teses de Lutero encontrassem eco em outras pessoas.

Mesmo sob grande exposição, os reformadores tiveram proteção de várias cidades e Estados, pois a Igreja costumava se utilizar do artifício da excomunhão para fazer com que os governos se dobrassem à sua visão. Como Lutero, o primeiro reformador, questionava tais pontos, concedendo maior liberdade aos Estados, obteve apoio em sua luta. Calvino, posteriormente, apoiaria tal conceito, por isso a Reforma traz, mais uma vez, a ideia de um governo representativo e revive a democracia.

As transformações da Reforma Protestante

Além da democracia, entre os aspectos mais marcantes que a Reforma trouxe estão a liberdade de expressão e pensamento, incentivo à educação, a independência do Estado em relação à Igreja e muitos outros desmembramentos em diversas áreas, incluindo a jurídica: um dos exemplos é a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que foi redigida sob influência das ideias dos reformadores.

O Mackenzie, como instituição presbiteriana, é filho desse processo, marco que serve como norteador de nossos princípios, baseados na visão cristã reformada e na crença da liberdade humana e da educação como meios para o desenvolvimento.

A evolução da Reforma trouxe uma transição no modelo de autoridade, indo de uma figura humana para as escrituras. Com isso, houve uma influência direta na educação, tendo em vista que a população não era letrada. Isso quer dizer que este processo dependia de uma população que aprendesse a ler, defendendo o estudo, trabalho e investigação científica para a sociedade e desenvolvimento das pessoas.

No âmbito religioso, vale destacar que a Reforma teve três grandes pilares: justificação pela fé somente, a centralidade das escrituras e o sacerdócio universal de todos crentes. De certa maneira, a Reforma continua sendo atual, porque é basicamente uma questão espiritual, na qual as escrituras passam a ser o ponto central de debate, afinal, o livre exame das escrituras é a centralidade e soberania de Deus em todas as coisas.

Em resumo, o movimento questionou o autoritarismo religioso medieval, com ênfase à participação responsável dos fiéis na vida e na direção das igrejas, liderança participativa, valorização do trabalho e de toda e qualquer ocupação honesta. Esses tópicos contribuíram para o fortalecimento de noções como liberdade, democracia e solidariedade social.

Os diferentes reformadores, e seus seguidores, deram importantes contribuições nas áreas da teologia, filosofia, política, sociologia e ética. E até hoje sentimos e podemos verificar esses efeitos.

 

Fonte:https://www.mackenzie.br/noticias/artigo/n/a/i/os-503-anos-da-reforma-protestante/

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