Correio das Artes destaca o centenário de Elizabeth Teixeira e o seu protagonismo em “Cabra Marcado para Morrer”
A edição de fevereiro do Correio das Artes, suplemento literário do Jornal A União, chega às bancas e assinantes neste domingo (2) destacando o centenário de nascimento da ativista Elizabeth Teixeira e o seu protagonismo em Cabra Marcado para Morrer, filme de Eduardo Coutinho.
Lançado em 1984, o documentário mostra duas fases da produção: uma nos anos 1960, quando o então jovem cineasta está dirigindo uma cinebiografia do paraibano João Pedro Teixeira (1918-1962), marido de Elizabeth, militante das ligas camponesas de Sapé assassinado devido luta que ia de encontro aos interesses dos latifundiários locais. A produção foi interrompida quando houve o Golpe Militar no país, o que leva para a segunda fase, na abertura política, nos anos 1980, quando Coutinho retorna para saber do paradeiro de Elizabeth Teixeira.
Sobre o tema da capa, Audaci Junior, editor da publicação, destaca no editorial que o filme eternizou “em brasa o cinema nacional como uma das melhores produções documentais à frente do seu tempo, transformando para sempre a trajetória fílmica (e humanista) de Eduardo Coutinho até o fim da sua vida”. Ele diz ainda que Cabra Marcado para Morrer “ mirou a ficção (com um pé na realidade) e acertou no documental (com os dois pés, assim como uma ‘voadora’), tudo por causa da Ditadura Militar instaurada no país na mesma época em que Coutinho estava “sonhando baixo” com sua modesta produção, que fez escudo na crisálida do tempo e “despertou” em metamorfose quase 20 nos depois, com o retorno do diretor em busca do paradeiro da sua protagonista (de ambas as fases do filme) com nome de realeza: dona Elizabeth”.
Esta edição do suplemento traz ainda textos sobre “O Guarani”: convergência e consistência temática entre a música do maestro Antônio Carlos Gomes (1836–1896) e a literatura do escritor José de Alencar (1829–1877); a coletânea Rasgos Poéticos, de Egberto Vital, no qual há poemas do hoje, da imagem e do ofício do poeta, além dos versos de homenagem.
Além disso, Milton Marques Júnior analisa a obra de Francisco Gil Messias, o escritor à moda antiga e o leitor voraz, atento, avisado e que reconhece a necessidade das releituras; e João Batista de Brito pinça poesias da obra Dançar com facas, de Hildeberto Barbosa Filho, para mostrar o processo de verter os versos para a língua inglesa. Também tem resenha sobre o livro Meio estreito, no qual o escritor paraibano Roberto Menezes apresenta 10 contos construídos por muitas camadas, onde o insólito habita as margens.
O exemplar de fevereiro do Correio das Artes será distribuído encartado no Jornal A União desse domingo (dia 2) para assinantes e está disponível nas bancas e representantes a R$ 15.