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Argentina: protesto que uniu aposentados e torcidas terminou com 46 feridos

Um protesto violento em Buenos Aires contra a perda de direitos de idosos e o declínio no valor das aposentadorias ontem resultou na prisão de 124 pessoas e deixou 46 feridos, sendo um em estado grave, segundo o jornal argentino La Nacion.

A manifestação de aposentados foi apoiada também por torcidas organizadas de futebol. O protesto foi convocado por sindicatos e organizações sociais e tomou as ruas na tarde de ontem em Buenos Aires. Atos públicos dos aposentados ocorrem todas as quartas-feiras há anos. Eles exigem atualização do valor das aposentadorias, o restabelecimento da cobertura dos custos com medicamentos e a continuação da moratória previdenciária, que termina no final de março e permite que pessoas se aposentem sem ter cumprido os 30 anos de contribuição.

Nos últimos meses, a polícia passou a reprimir esses atos com gás lacrimogêneo e violência física contra os idosos. O protesto desta quarta-feira teve o número de participantes multiplicado exponencialmente, com a adesão de torcidas organizadas de cerca de 30 times de futebol. Manifestantes e policiais entraram em confronto no meio da tarde. A polícia utilizou balas de borracha, gás lacrimogêneo e canhões de água contra os manifestantes, que atiraram pedras das calçadas, fogos de artifício e bombas de efeito moral.

Uma viatura policial e uma motocicleta foram incendiadas pelos manifestantes. Outros sete veículos da Secretaria de Segurança de Buenos Aires foram vandalizados. Uma aposentada de 87 anos, identificada como Beatriz Bianco, ficou gravemente ferida após bater a cabeça no chão. Ela caiu após ser empurrada por um policial. Dos 46 feridos, 20 são manifestantes e 26 são agentes de segurança. O governo de Buenos Aires estimou um prejuízo de cerca de 275 milhões de pesos (R$ 1,5 milhão).

Governo fala em espécie de “golpe de Estado”

O chefe de Gabinete afirmou que os manifestantes quiseram realizar uma “espécie de golpe de Estado” contra o governo do presidente Javier Milei. “Eles não encontram brechas, então têm a ideia original de colocar torcidas organizadas para defender os direitos dos aposentados. Isso gerou os distúrbios que todos vimos ontem, a utilização da violência como instrumento e, a partir do que foi gerado com essa violência e a resposta das forças de segurança, essa marcha ao grito de ‘que todos se vão'”.

Apesar do governo Milei ter reduzido a inflação de 221,4% em 2023 para 117,8% em 2024, suas políticas resultaram na perda de 200 mil empregos, paralisação de obras públicas e aumento das taxas de pobreza e pobreza extrema. A política de Milei de liberar os preços dobrou o custo dos medicamentos e serviços essenciais em um ano.

Quase 60% dos aposentados recebem a pensão mínima, equivalente a cerca de R$ 1.970. No ano passado, o governo congelou um bônus de aproximadamente R$ 406 para os aposentados. “Eles estão acabando com os aposentados, os doentes, aqueles que não têm remédios, todos nós”, gritava um dos manifestantes. “Não é que não haja dinheiro. Há uma decisão política de abandonar nossos idosos”, disse Martín Lousteau, senador da União Cívica Radical, em sua conta no X.

 

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