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João tem ciência dos relatórios que mostram a atividade de espionagem patrocinada pelo Comando Geral; prisão do agente apenas confirmou o esquema dirigido da Praça Pedro Américo

Expandiu-se o racha dentro do PSB, desta vez atingindo setores do Governo que, em tese deviam permanecer unidos, mas, cujos estilhaços do rompimento entre as principais lideranças socialistas terminaram por atingir em cheio a Segurança Pública, dividida entre João Azevedo e o ex-governador Ricardo Coutinho, representados, respectivamente, pelas figuras do secretário Jean Nunes Francisco e pelo comandante geral da Polícia Militar, Euller Chaves.

João recebeu relatórios que revelariam espionagem patrocinada pelo Comando da PM

A incompatibilidade de gênios e, principalmente de métodos, ficou evidenciado no episódio do espião flagrado nas proximidades do gabinete do secretário de segurança manipulando um aparelho de escuta à procura de informações sigilosas da secretaria, uma prática recorrente e antiga adotada pelo Comando da PM, nunca flagrada, mas agora confirmada, não apenas pela prisão do militar, mas principalmente por relatórios elaborados pela inteligência orgânica que serve ao secretário, advertindo estar ele e o próprio governador sendo alvos de monitoramento diuturno por militares lotados no gabinete do comandante geral.

A questão, para analistas de segurança, não estaria centrada apenas na prisão do espião, mas fundamentalmente nos relatórios elaboradas pela inteligência orgânica da Secretaria que já havia alertado o titular da pasta para essa atividade clandestina tão habitualmente usada pelo Comando da PM – como ressaltam os documentos sigilosos – com propósitos ainda não devidamente estabelecidos, mas que evidenciam uma rede bem planejada, articulada e em pleno funcionamento na clandestinidade vasculhando a intimidade de autoridades constituídas, não se sabendo ainda a extensão se restrita ao âmbito do Governo ou se espalhada pelos demais poderes.

Governador não pode manter silêncio diante do que lhe foi revelado pelo Secretário Jean Nunes

Essa atividade criminosa, pelos indícios preliminarmente colhidos, estaria a serviço de outras forças que não a do Governo atual já que monitorando auxiliares e o próprio governador com objetivos claramente políticos, que seriam explicados e justificados pelo clima de guerra estabelecido entre as duas alas do PSB; uma fiel ao ex-governador, integrada por oficiais visceralmente ligados a ele e ainda em postos de confiança dentro da atual gestão inegavelmente trabalhando a favor de quem os prestigiou e promoveu rompendo inclusive os limites da Lei de promoções da corporação numa evidente constatação da política de favorecimentos implantada pelo atual comandante, cujos escrúpulos em relação ao regimento da caserna seriam nenhum quando o assunto é favorecer politicamente os dele.

Queda de braço entre Jean e Euller pode revelar se João estaria disposto enfrentar Ricardo

O flagrante dado ao agente, portando instrumentos de escuta nas proximidades da Secretaria, confirma o alerta dado pelos relatórios confidenciais da Inteligência Orgânica, já de posse do governador João Azevedo sabedor agora da escancarada preferência do comandante Euler Chaves pelo ex-Ricardo Coutinho, e atuando de forma a colher dados e registrar situações que possam constranger ou submeter à chantagem a maior autoridade do estado como fica evidenciado pelos fatos, aonde uma espionagem grosseira e despudorada vem abastecendo de informações os adversários do governador.

Não há mais clima de convivência entre eles: acabou a confiança, um é João e o outro Ricardo

Esse esquema mantido pela politica de continuidade proposta e imposta pelo ex-governador Ricardo Coutinho continua em ação, segundo os relatórios, já do conhecimento do governador, que se não agir pronta e rigorosamente, desbaratando essa organização criminosa em atuação nos intestinos do Governo, vai acender a luz de incêndio da Opinião Pública por demonstrar que a situação seria bem mais grave – e a falta de providências da parte do governador sinalizaria para uma sujeição a esse esquema de espionagem e chantagem, o que redundaria na absoluta e total desmoralização de sua gestão, governada a partir da Praça Pedro Américo, onde um coronel caviloso e de mentalidade solerte estaria dando as ordens e governando de fato.

Caso o governador não se manifeste nas próximas horas, afastando todos os integrantes da Segurança que, por essa ou aquela razão, mostraram-se complacentes com o espião flagrado, pode-se deduzir que Sua Excelência está sofrendo uma chantagem desmensurada, porque, quem está expondo essa atividade criminosa de espiões disfarçados de militares é o seu Secretário de Segurança Pública, com toda autoridade que o cargo lhe confere e com toda competência que sua carreira de delegado lhe empresta.

Não se manifestando com a caneta e o diário, permanecendo inerte e omisso, João vai desmoralizar e desprestigiar a parte saudável e fiel do seu sistema de Segurança e permitir que um bando de espiões continue fuçando a intimidade do seu Governo e de sua família.

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